Dados do Trabalho


TÍTULO

CARACTERIZAÇAO DAS NOTIFICAÇOES DE MORTE ENCEFALICA E INDICE DE DOAÇAO DE ORGAOS E TECIDOS EM UM HOSPITAL GERAL DA BAIXADA FLUMINENSE

OBJETIVO

As doações de órgãos no Brasil crescem a cada ano. Entretanto, se por um lado ainda é pouco compreendido pela população em geral, por outro está envolto em diversas e complexas questões que, têm atingido os que necessitam do transplante de órgãos como única possibilidade terapêutica. O diagnóstico de morte encefálica (ME) reduz a distanásia, a angústia que envolve os familiares dos pacientes nessa situação, os gastos com recursos aplicados indevidamente na manutenção cardiorrespiratória, além de possibilitar o aumento da doação de órgãos e tecidos.
O objetivo deste trabalho é determinar a prevalência de ME, caracterizar, identificar suas causas e determinar o índice de doação e captação de órgãos e tecidos no município de Nova Iguaçu-RJ.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal, observacional e quantitativo, foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de ensino, através da plataforma Brasil e aprovado com parecer nº 2.959.277, CAAE 91194318.9.0000.8044. A coleta de dados foi realizada através da revisão dos prontuários de todos os pacientes com o diagnóstico de ME no Hospital Geral de Nova Iguaçu no ano de 2018.

RESULTADOS

Em 2018, tiveram 36 notificações de ME, dessa 78% foram do sexo masculino e 22% do sexo feminino. 47% tinham mais de 50 anos, 22% entre 40 e 50 anos, 17% entre 20 e 30 anos, 11% entre 30 e 40 anos, 3% entre 10 e 19 anos. Tiveram 10 doações, 8 com captação e 2 sem captação, por inviabilidade dos órgãos. Os meses de maiores notificações foram junho, fevereiro e outubro.
Vinte e seis notificações (72,2%) não realizaram doação, dessas 9 por negativa familiar, 9 por parada cardiorrespiratória antes da remoção, 4 por contraindicação absoluta (neoplasia, HIV, sorologias positivas), 3 por contraindicação médica (doença crônica, degenerativa e infecção grave) e 1 ME não confirmada. Dentre as negativas familiares os motivos declarados foram: doador contra em vida; convicção religiosa; serem contra doação; familiares desejarem o corpo integro; receio da demora da liberação do corpo; não saber o desejo do potencial doador.
Dentre as contraindicações médicas, 75% foram por infecção grave e 25% por doença degenerativa/crônica. As infecções graves abrangeram cerca de 57% das contraindicações absolutas, as demais foram por neoplasia e infecção por HIV/HTLV.
As causas das notificações de morte encefálica foram 39% trauma crânio Encefálico (TCE), 36% foram acidente vascular encefálico hemorrágico, 11% foram por perfuração com arma de fogo, 11% por acidente vascular encefálico isquêmico e 3% pós-operatório de tumor cerebral.
Todos os pacientes foram diagnosticados com dois exames clínicos, realizados por profissionais diferentes, realizado teste da apneia e finalizado o protocolo com eletroencefalograma. Todos pacientes realizaram tomografia computadorizada de crânio.

CONCLUSÕES

Conclui-se que teve como predominância sexo masculino (77%), terem mais de 50 anos (47%), causa do óbito TCE (39%) e negativa familiar como causa de não doação.

Área

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Instituições

UNIG - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Edarlan Barbosa dos Santos, Kattiucy Gabrielle da Silva Brito, Roberta Carvalho de Jesus, Thiago Matos Barcellos, Jean Max Figueiredo, Tatiane Fernandes da Fonseca Gaban, Antonio Marcos da Silva Catharino