Dados do Trabalho
TÍTULO
SEMINOMA TESTICULAR ASSOCIADO A CARCINOMA ADENONEUROENDOCRINO MISTO DE APENDICE: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Os tumores de apêndice consistem em patologias incomuns, assim como os tumores de células germinativas testiculares. O tumor neuroendócrino é classificado de acordo com seu indice mitótico (NET G1, G2 e G3), sendo o carcinoide (G1) mais comum. Já o adenocarcinoma mucinoso do apêndice possui taxa de incidência de 0,08%. O Carcinoma adenoneuroendócrino misto (MANEC) de apêndice foi descrito pela OMS em 2010; raro, com 249 casos descritos em revisão do Pubmed; e agressivo, sendo a média de sobrevida de 6,5 anos após diagnóstico. É definido, após anatomopatológico e imunohistoquímica, como tumor que possui células secretoras de mucina associadas a células neuroendócrinas positivas para CgA, sinaptofisina e serotonina. Possui comportamento ainda incerto, sendo que 50% dos casos já apresentam carcinomatose peritoneal no momento do diagnóstico. Está indicada a hemicolectomia direita em todos os casos, diferentemente de quando são encontrados os tumores isolados. Possui grande potencial metastático, sendo o ovário, o sítio mais comum. O tumor testicular compreende de 1 a 1,5% de todos os cânceres no homem. Embora raro, é o mais comum tumor sólido, acomete jovens entre 15 e 35 anos. Os seminomas compreendem 45% dos tumores germinativos. A criptorquidia é o fator de risco mais importante. Após a orquiectomia, são atingidas excelentes taxas de cura para os indivíduos nos estadios iniciais. O relato de caso é relevante pelo diagnóstico que ainda não possui relato na literatura, encontrado em paciente sem comemorativos oncológicos prévios ou queixas que suscitassem o possível diagnóstico
RELATO DE CASO
Paciente M.R.F, masculino, 46 anos, com queixa de abaulamento e dor intermitente em abdome inferior direito há 2 anos. Nega perda ponderal, febre, hiporexia ou outros sintomas. Propedêutica a partir do Centro de Saúde com US de abdome total e parede abdominal que evidenciou lesão de aspecto cístico, com conteúdo heterogêneo de 378ml na cavidade pélvica, e sem alterações em parede abdominal. Encaminhado para Tomografia computadorizada, que constatou lesão cística pélvica, tendo linfangioma, cisto de inclusão peritoneal e cisto do úraco como prováveis diagnósticos. Admitido neste serviço, com grande massa palpável dolorosa em região de fossa ilíaca direita. Paciente submetido à laparotomia exploradora, sendo retirado cisto aderido ao apêndice com massa subjacente a esclarecer. Laudos anatomopatológicos e imunohistoquímicos constataram neoplasia cística mucinosa associada a tumor neuroendócrino (NET G2) apendicular, definindo o diagnóstico de MANEC de apêndice, e seminoma clássico testicular. Evoluiu sem queixas no pós-operatorio, sendo encaminhado para realização de hemicolectomia direita.
DISCUSSÃO
O MANEC de apêndice constitui neoplasia rara, sendo encontrados poucos casos na literatura médica atual. Além disso, não foi encontrado relato de caso ou novos dados que associassem o seminoma testicular a tal tumor. Tal caso possui grande importância por configurar relato inédito.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
Autores
Ana Carolina Martins Faria de Abreu, Ana Luisa Barros Oliveira, Andrea Lehnen Michelete, Huberth André Vieira Zuba, Marcelo Polastri Gomes Ferreira, Rodrigo Caldas Trindade, Michael Giovanni Ladeia Almeida, Rodrigo Nankran