Dados do Trabalho
TÍTULO
FISTULA ARTERIOVENOSA DE ARTERIA INOMINADA PARA VEIA INOMINADA POS TRAUMA CLAVICULAR: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A fístula caracteriza-se por uma comunicação anormal e permanente entre uma artéria e uma veia, podendo ser congênita ou adquirida, esta ocasionada por trauma, lesão penetrante ou iatrogênica. A etiologia traumática por fratura óssea é rara, com descrição limitada de relatos na literatura casos semelhantes com fratura clavicular. Apresenta manifestações clínicas de acordo com sua localização, tamanho e etiologia, tendo especial importância quando acomete regiões próximas a vasos centrais, possuindo alta letalidade, limitado número de relatos na literatura com resultados satisfatórios do seu tratamento, que é prioritariamente cirúrgico. Este relato tem como objetivo mostrar um caso raro com repercussão sistêmica grave, ocasionada por uma fístula arteriovenosa (FAV) inominada de alto débito pós-trauma em clavícula direita.
RELATO DE CASO
Paciente 42 anos, feminino, parda, do lar, relata queda da própria altura com fratura de clavícula direita há 7 meses. Na ocasião, foi realizada estabilização clavicular com pino, a partir da qual paciente relata dispneia progressiva, palpitação, ascite e anasarca. Diagnosticada com insuficiência cardíaca diastólica de alto débito, refere uso de Lasix®, sem melhora do quadro. Apresentava turgência jugular, frêmito e sopro contínuo na localização da fístula. Realizada aortografia torácica que evidenciou FAV de alto débito, em aorta ascendente com comunicação entre artéria e veia braquiocefálica. Após 1 mês foi realizada toracotomia médio-esternal e pericardiotomia com dissecção de veia inominada proximal e distal à fístula, dissecção do tronco arterial, clampeamento tangencial da fístula entre os troncos, clampeamento distal e proximal da veia inominada, abertura da veia inominada, não sendo visto fluxo sanguíneo. Realizados pontos cima do clamp, sutura interna no endotélio venoso, abertura dos clamps proximal e distal da inominada para retirada de ar do vaso.
paciente evoluiu com melhora o quadro geral, e das suas principais comorbidades de risco de mortalidade imediata, permanecendo apenas com acompanhamento hospitalar da ascite.
DISCUSSÃO
Diante dos dados acima a relevância deste relato está na particularidade e aplicabilidade clínica deste caso, tendo em vista não somente a escassez de relatos semelhantes como também o reconhecimento dos sintomas específicos destes quadros, estimulando a celeridade do atendimento, reconhecimento desta patologia e ainda a diminuição da morbidade para estes pacientes.
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
Universidade Ceuma - Maranhão - Brasil
Autores
Juliana Barros Oliveira Silva, Lianna Paula Guterres Corrêa, Vanisse Portela Ramos Bulcão Loureiro, Ana Karollyne Araújo Pontes, Joseval da Silva Lacerda