Dados do Trabalho


TÍTULO

Esofagogastrectomia, o local da anastomose (cervical ou torácica), influencia os resultados? Análise de 92 casos.

OBJETIVO

A cirurgia representa atualmente a melhor modalidade de tratamento para o câncer de esôfago, o objetivo deste estudo foi avaliar a influencia do local da anastomose (cervical ou torácica) nas complicações e mortalidade das esofagogastrectomia com linfadencectomia em dois campos.

MÉTODO

(GPO – HEG: Grupo de Pesquisa em Oncologia)

Hospital Erasto Gaertner, Liga Paranaense de Combate ao Câncer.
Curitiba – Paraná.

Estudo descritivo retrospectivo comparativo. Foram incluídos todos os pacientes com câncer de esôfago submetidos a esôfagogastrectomia com linfadenectomia em dois campos no período de maio de 2007 ate março de 2015 no hospital Erasto Gaertner Curitiba-PR. Foram incluídos 92 pacientes, e divididos em dois grupos, de acordo com a localização da anastomose. Os pacientes cujos tumores se localizavam acima da carina foram submetidos a anastomose cervical, num total de 22. Os dados foram expressos como média e desvio padrão ou como mediana e intervalo interquartílico para distribuição não normal. Variáveis numéricas quantitativas foram analisadas com o teste de t de Student. O teste não paramétrico Mann-Whitney U foi utilizado para variáveis numéricas de distribuição não normal. Variáveis categóricas foram analisadas com o teste de Qui-quadrado com correção de Fisher. Taxas de sobrevida livre de doença foram estimadas pelo método de Kaplan-Maier e comparadas com o log-rank. Preditores de sobrevida foram identificados com regressão Cox. Os dados foram analisados com os programas SPSS 23.0 e STATA 15, sendo p<0,05 considerado estatisticamente significativo.

RESULTADOS

Da presente amostra 68 (73.9%) eram homens e a idade mediana de toda amostra foi de 60,8 anos. O tipo histológico mais comum foi o CEC em 73 (79,3%) dos casos. A anastomose foi intratorácica em 70 (76,1%) pacientes, e cervical em 22 (23,9%). O ASA dos pacientes submetidos a anastomose intratorácica foi significativamente inferior. Os pacientes submetidos a anastomose cervical necessitaram de uma quantidade significativamente superior de concentrados de hemácias no trans-operatório. O tempo cirúrgico não apresentou diferença entres os grupos. As complicações Clavien acima de 3 foram equivalentes entre ambos os grupos. O tempo de internação, estada na UTI foi equivalente. Apesar de apresentar uma porcentagem maior de fistulas nas anastomoses cervicais, esta diferença não se mostrou significativa. Da mesma maneira as taxas de sobrevida e sobrevida livre de doença não foram influenciadas pelo local da anastomose.

CONCLUSÕES

Procedimentos com anastomoses torácicas e cervicais apresentam resultados cirúrgicos e oncológicos semelhantes, apesar de maior incidência de fístulas cervicais. A mortalidade pós-operatória foi semelhante nas duas técnicas, contrariando a tendência da literatura de conferir às fístulas cervicais uma menor letalidade.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Hospital Erasto Gaertner - Paraná - Brasil

Autores

Flavio Daniel Saavedra Tomasich, Phillipe Abreu, Gerardo Cristino Gavarrete Valadares, Vinicius Basso Preti, Raphaella Ferreira, Thatiane Litenski, Kelre Wannlen Campos Silva Araujo, Guilherme Augusto Polaquini