TÍTULO

Sobrevida após gastrectomia: análise uni e multivariável dos casos tratados ao longo de 10 anos.

OBJETIVO

Estudo das características clinicas e relacionadas ao tratamento do câncer gástrico, na tentativa de estabelecer os fatores prognósticos da sobrevida a longo prazo.

MÉTODO

(GPO – HEG: Grupo de Pesquisa em Oncologia)

Hospital Erasto Gaertner, Liga Paranaense de Combate ao Câncer.
Curitiba – Paraná.

Estudo descritivo retrospectivo comparativo. Para pacientes com câncer de estomago submetidos a Gastrectomia (Total ou Parcial) com linfadenectomia a D2 durante o período de jan-2005 a jul--2015 no Hospital Erasto Gaertner de Curitiba-PR. Dados expressos como média e desvio padrão ou como mediana e intervalo interquartílico para distribuição não normal. Variáveis numéricas quantitativas foram analisadas com o Teste t de Student. O teste não paramétrico Mann-Whitney U foi utilizado para variáveis numéricas de distribuição não normal. Variáveis categóricas foram analisadas com o teste Qui-quadrado com correção de Fisher. Taxas de sobrevida e sobrevida livre de doença foram estimadas pelo método de Kaplan-Maier e comparadas com o teste de log-rank. Preditores de sobrevida foram identificados com regressão de Cox. O suporte foi dos programas SPSS 23.0 e STATA 15, sendo p<0.05 considerado estatisticamente significativo.

RESULTADOS

Analisados 396 pacientes, com mediana de idade de 62,5 anos. O sexo masculino representou 251 (63,4%). O bom estado geral (P S Zubrod 0 ou 1) presente em 318 (80,3%) pacientes.
O tipo histológico era adenocarcinoma em 384 (97%) casos, em 154 (46,2%) os tumores eram indiferenciados. O tumor era localmente avançado, acima de T3, em 242 (63,3%) pacientes. Os linfonodos eram N0 em 188 (47,5%) dos pacientes, a media de linfonodos dissecados foi de 14.
Tratamento neoadjuvante aconteceu em 76 (19,2%) ocasiões, em média foram 3 ciclos de quimioterapia.
Gastrectomia total aconteceu em 123(31%) casos e parcial em 273 (69%). Tempo cirúrgico significativamente maior nas gastrectomias totais 240 minutos, contra 180 minutos nas parciais. Complicações pós-operatórias ocorreram em 58 (14,6%) pacientes, e óbito pós-operatório, até 30 dias, aconteceu em 25 (6,3%) pacientes. Houve necessidade de reoperação dos pacientes em 41 (10 %) casos.
A sobrevida global em 5 anos foi 62%, na analise univariável foram fatores prognósticos o tamanho do tumor, numero de linfonodos comprometidos, tempo cirúrgico e necessidade de reoperações. A analise multivariável não confirmou estas variáveis como fatores determinantes.

CONCLUSÕES

Tamanho do tumor primário, comprometimento linfonodal, tempo cirúrgico e complicações graves pós-operatórias com necessidade de reoperação são os principais fatores influenciadores da sobrevida global dos pacientes. A mesma foi de 62% em 5 anos. Constatamos um pior resultado para as gastrectomias totais.