Dados do Trabalho
TÍTULO
Sobrevida pós-ressecção hepática por metástases: análise multivariável de 86 casos operados.
OBJETIVO
Descrever e comparar variáveis clínicas e cirúrgicas dos pacientes submetidos a hepatectomias por câncer metastático.
MÉTODO
(GPO – HEG: Grupo de Pesquisa em Oncologia)
Hospital Erasto Gaertner, Liga Paranaense de Combate ao Câncer.
Curitiba – Paraná.
Estudo descritivo retrospectivo comparativo. Foram incluídos todos pacientes submetidos a hepatectomia no período de outubro-1999 a julho-2015 no Hospital Erasto Gaertner de Curitiba-PR. Os dados foram expressos como média e desvio padrão ou como mediana e intervalo interquartílico para distribuição não normal. Variáveis numéricas quantitativas foram analisadas com o Teste t de Student. O teste não paramétrico Mann-Whitney U foi utilizado para variáveis numéricas de distribuição não normal. Variáveis categóricas foram analisadas com o teste Qui-quadrado com correção de Fisher. Os dados foram analisados com os programas SPSS 23.0 e STATA 15, sendo p<0.05 considerado estatisticamente significativo.
RESULTADOS
Incluímos 86 hepatectomias. O sexo feminino foi o mais representado com 48 (55,8%) pacientes, a idade mediana foi 56,06 anos. O grupo de pacientes apresentava um bom estado geral, corroborado pelos índices de Performance Status e ASA. Histórico familiar de doença hepática neoplásica esteve presente em 13 (20,3%) pacientes.
As margens cirúrgicas, foram livres de neoplasias 77 (89,5%) dos pacientes, margens coincidentes em 7 (8,14%) casos. Necessidade de hemo-transfussão em 30 (34,9%) pacientes, a média de concentrado de hemácias utilizada foi de 3 unidades. Complicações graves ocorreram em 10 (11,6%) pacientes, e em 3 (3,5%) vezes houve necessidade de re-operação. Tempo de internação geral e na UTI foi de 4 e 2 dias respectivamente.
O tamanho médio da lesão hepática foi de 3,50 cm (IQR 2,70 – 5,0 cm). Em 56 pacientes a cirurgia foi para tratamento de metástases de origem colorretal, sendo o tumor sincrônico em 18 (32,1%) ocasiões.
O envolvimento vascular aconteceu em 23 (26,7%) dos casos. Na maioria dos casos foi praticada hepatectomia maior, 68 (79,1%) vezes. As re-hepatectomias aconteceram em 18 (20,9%) dos casos. E a ressecção anatômica foi a estratégia mais comumente adotada, 61 (71%) das vezes.
A sobrevida global em 5 anos foi de 27,9%. Na analise multivariavel, fatores que influenciaram negativamente esta sobrevida a presença de icterícia, aumento da transaminases hepáticas e tumores maiores do que 3 cm.
CONCLUSÕES
Tamanho da lesão, icterícia e insuficiência hepática pré-operatória influenciam significativamente a sobrevida pós-operatória em ressecções hepáticas por metástases.
Área
FÍGADO
Instituições
Hospital Erasto Gaertner - Paraná - Brasil
Autores
Phillipe Abreu, Flavio Daniel Saavedra Tomasich, Giovanni Zenedin Targa, Silvio Ivo Testa, Maria Julia Macedo Bonatto, Marcelo Tsuyoshi Yamane, Regina Maria Goolkate, Danilo Saavedra Bussyguin