TÍTULO

Câncer de pâncreas: características clínicas e análise de sobrevida de 98 pacientes submetidos à duodenopancreatectomia.

OBJETIVO

O Câncer de pâncreas possui alta letalidade e baixa sobrevida sendo a ressecção cirúrgica o único tratamento com potencial curativo. No entanto, a taxa de pacientes ressecados é de 9%, com uma sobrevida em 5 anos de 23,4%.
O Objetivo do trabalho é avaliar o perfil dos pacientes com câncer de pâncreas considerando as características clínicas do tumor assim como dados referentes a sobrevida após realização de duodenopancreatectomia.

MÉTODO

(GPO – HEG: Grupo de Pesquisa em Oncologia)
Hospital Erasto Gaertner, Liga Paranaense de Combate ao Câncer.
Curitiba – Paraná.

Estudo descritivo retrospectivo comparativo. Para pacientes com câncer de pâncreas submetidos a duodenopancreatectomia (Whipple) durante o período de mai-2005 a jul-2015 no Hospital Erasto Gaertner de Curitiba-PR. Os dados foram expressos como média e desvio padrão ou como mediana e intervalo interquartílico para distribuição não normal. Variáveis numéricas quantitativas foram analisadas com o Teste t de Student. O teste não paramétrico Mann-Whitney U foi utilizado para variáveis numéricas de distribuição não normal. Variáveis categóricas foram analisadas com o teste Qui-quadrado com correção de Fisher. Taxas de sobrevida e sobrevida livre de doença foram estimadas pelo método de Kaplan-Maier e comparadas com o teste de log-rank. Preditores de sobrevida foram identificados com regressão de Cox. Os dados foram analisados com os programas SPSS 23.0 e STATA 15, sendo p<0.05 considerado estatisticamente significativo.

RESULTADOS

No período em estudo 98 pacientes foram submetidos à duodenopancreatectomia. Pertenciam ao sexo masculino 46 (46,9%). A idade mediana no momento da cirurgia foi de 64,63 anos. Os níveis de Ca 19-9 estavam elevados em 29,6% dos casos antes da cirurgia e permaneceram elevados após em 5,1%. Quanto ao tipo histológico, 81 pacientes receberam diagnóstico de adenocarcinoma, 6 de colangiocarcinoma e 5 tiveram outros diagnósticos. Quanto ao grau de diferenciação, 29,6% eram bem diferenciados, 53,1% moderadamente e 17,3% pouco diferenciados. Em 13 (21,7%) casos o tumor foi considerado T1, T2 em 14 (23,3%) casos, T3 em 22 (36,7%) casos e T4 em 11 casos (18,3%) casos. O centro da lesão estava no pâncreas em 77,6%, na papila duodenal em 14,3% e na via biliar em 8,2% dos pacientes. A sobrevida média global após cirurgia em 5 anos foi de 12,24%.

CONCLUSÕES

Tumores de pâncreas apresentam-se em estágios mais avançados ao diagnóstico, impactando em baixas taxas de sobrevida global em 5 anos. O diagnóstico precoce permanece um desafio para o sucesso no tratamento com potencial curativo.