TÍTULO

Sobrevida pós-prostatectomia: análise multivariável de 415 pacientes operados em uma única instituição.

OBJETIVO

Analisar os resultados cirúrgicos e oncológicos das prostatectomias radicais, estabelecendo fatores de riscos para o procedimento cirúrgico e fatores prognósticos para a sobrevida a global.

MÉTODO

(GPO – HEG: Grupo de Pesquisa em Oncologia)

Hospital Erasto Gaertner, Liga Paranaense de Combate ao Câncer.
Curitiba – Paraná.

Estudo descritivo retrospectivo comparativo. Para pacientes com Câncer de Próstata submetidos a Prostatectomia Radical durante o período de jan-2009 a Dez--2015 no Hospital Erasto Gaertner de Curitiba-PR.
Os dados foram submetidos a diversas analises estatísticas, o suporte destas análises foi dos programas SPSS 23.0 e STATA 15, sendo p<0.05 considerado estatisticamente significativo.

RESULTADOS

A idade mediana do grupo foi 65 anos, a maioria dos pacientes apresentavam bom estado geral, Performance Status 0 em 205 (54,7%) casos. História familiar de câncer foi relatada em 63 (24,5%) casos. A avaliação da próstata no toque retal foi normal em 144 (34,7%) pacientes. Valor médio do PSA, na avaliação inicial, de 9,2 ng/ml. Já o PSA médio após o tratamento cirúrgico foi de 0,22 ng/ml. Mantiveram PSA inferior a 0,2 ng/ml após a cirurgia 170 (48,6%) pacientes.
A classificação de Gleason inicial foi igual ou menor que 6 em 260 (62,7%) pacientes, e em 155 (37,3%) pacientes foi maior que 6. A mesma avaliação realizada apos tratamento, demostrou 141 (34%) e 274 (66%) respectivamente. Os tumores estavam confinados a próstata em 268 (64,6%) casos. A vesícula seminal estava infiltrada por tumor em 52 (12,7%) casos.
O procedimento operatório foi realizado pela via Aberta na grande maioria dos casos 384 (92,5%), apenas 31(7,5%) por via Laparoscópica.
A sobrevida global em 5 anos foi de 95,4%. Análise univariada mostrou como fatores de risco para pior prognostico tumores com invasão extra capsular, margens cirúrgicas comprometidas, invasão de vesículas seminais, linfonodos positivos e Gleason acima de 6. Na analise multivariada apenas a invasão extra capsular e o Gleason acima de 6 se mostraram significativos.
Quanto a complicações a longo prazo (1 ano) após o procedimento, constatamos 40 (9,9%) de Incontinência Urinaria, 69 (17,6%) Disfunção Erétil e 4 (1%) de Estenose de Uretra.

CONCLUSÕES

Invasão extra-prostática e grau de diferenciação tumoral acima de Gleason 6 representam os principais fatores influenciadores da sobrevida pós-prostatectomia.