Dados do Trabalho


TÍTULO

COLECISTECTOMIA NO BRASIL: DADOS REAIS EM 10 ANOS DE ATENDIMENTO PELO SUS

OBJETIVO

Identificar a realidade da técnica de colecistectomia nas regiões do Brasil na última década pelo SUS e seu coeficiente de mortalidade e prevalência conforme região, sexo e idade.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal, descritivo, retrospectivo realizado a partir da coleta de dados registrados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), restrito aos anos de 2009 a 2018.

RESULTADOS

Anualmente, a média de pacientes internados com morbidade relacionada à colecistite ou à coledolitíase é de 241,2 mil. Destes, há uma maior incidência no sexo feminino, representando 77,4% da amostra. Não há predominância significativa entre 30 a 59 anos, sendo em média 20% a cada década analisada e entre 20 a 29 anos e 60 a 69 diminui-se o percentual para 13. Em relação a regionalidade, há uma grande incidência no Sudeste, com ênfase em Minas Gerais e em São Paulo, correspondendo a 40,2% dos dados. Na última década mais de 1,85 milhões realizaram a colecistectomia no SUS, 70% por via aberta e o restante por videolaparoscopia. No Rio Grande do Sul, a partir de 2015, realiza-se mais videolaparoscopia quando comparado a técnica aberta (52-55%). Em São Paulo esse padrão também foi mantido a partir de 2016, já no Rio de Janeiro, verificou-se apenas em 2016 e 2017, retornando a prevalência da técnica aberta em 2018. Nos outros estados não houve inversão de técnica. Em relação a taxa de mortalidade, a colecistectomia aberta apresentou-se quatro vezes maior quando comparada por via laparoscópica. Não houve divergências neste quesito em relação às regiões, mas quando analisado por unidades da federação para colecistectomia aberta, São Paulo apresenta o dobro da média geral, seguido pelo Rio de Janeiro com 0,7 vezes a mais. Por videolaparoscopia, Rondônia apresentou a taxa de mortalidade 3 vezes maior do que a média. O Distrito Federal destacou-se com a menor taxa de mortalidade, sendo um óbito nos 6742 procedimentos realizados.

CONCLUSÕES

A colecistite e a colelitíase atinge um número considerável de pacientes todos os anos, implicando, também, em um grande número de cirurgias. A literatura aponta que a maior prevalência é em mulheres, corroborando com os dados no SIH/SUS, não obstante, a faixa etária é alargada para 30 a 59 anos. Em relação à técnica, a colecistectomia laparoscópica foi eleita, desde 1992, pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos como método de escolha para colecistopatias. Na última década, conquanto, passou a ser o método mais utilizado apenas em três estados: RS; RJ e SP. Além da taxa de mortalidade ser, de fato, maior na modalidade de laparotomia, devido ao risco de maiores complicações desse método. Não há dados suficientes para explicar as divergências entre as taxas de mortalidade em regiões específicas, tampouco o porquê da técnica prescrita tornar-se realidade em um pequeno cenário brasileiro.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Uniceplac - Distrito Federal - Brasil

Autores

Elaine Júlian da Fonseca, Ana Cláudia Peres Costa, Paula D'Avila Sampaio Tolentino, Ana Couto de Melo, Gabriela Ramos do Amaral, Débora Cristiane Rocha Braga, Nathália Lima Diniz, João Batista Monteiro Tajra