Dados do Trabalho


TÍTULO

CONDUTA CIRURGICA NA PANCREATITE AGUDA GRAVE: ABORDAGENS CIRURGICA E ENDOSCOPICA – REVISAO DE LITERATURA

OBJETIVO

O objetivo deste estudo é comparar as abordagens cirúrgica e endoscópica para avaliar se a abordagem endoscópica é superior à cirúrgica em termos de resultados clínicos e econômicos.

MÉTODO

Revisão sistemática de literatura nas bases de dados PubMed e Embase, tendo como palavras-chave “pancreatite aguda grave”, "pancreatite necrotizante", “necrose infectada”, “abordagem cirúrgica”, “abordagem endoscópica”, referente aos anos de 2012 a 2018.

RESULTADOS

Pancreatite necrotizante infectada é uma doença potencialmente letal e uma indicação para intervenção invasiva. Necrose pancreática e peripancreática pode resultar em morbidade e mortalidade significantes em pacientes com pancreatite aguda. A abordagem cirúrgica é o tratamento padrão. Uma alternativa promissora é a abordagem endoscópica. A intervenção está primariamente indicada para necrose infectada, menos frequentemente em necrose estéril sintomática, e deve ser idealmente postergada o quanto possível, preferencialmente quatro semanas ou mais após o começo da doença, para melhor demarcação e liquefação da necrose. A abordagem endoscópica não é superior à abordagem cirúrgica na redução de maiores complicações ou óbitos. O índice de fístulas pancreáticas e duração da hospitalização são menores no tratamento endoscópico, o que pode resultar em uma mudança para a abordagem endoscópica como preferência de tratamento. Ambas as abordagens usando drenagem percutânea seguida de desbridamento retroperitoneal vídeo assistido (VARD) minimamente invasivo e necrosectomia endoscópica via oral trem mostrado resultados superiores à necrosectomia aberta tradicional em relação à morbidade a curto e longo prazo e estão emergindo como tratamentos de escolha. A aplicabilidade destas técnicas depende da disponibilidade de especialização e equipe multidisciplinar dedicada ao manejo da pancreatite aguda grave e suas complicações.

CONCLUSÕES

Em conclusão, não se evidencia a hipotética superioridade da abordagem endoscópica em reduzir maiores complicações ou óbitos em pacientes com necrose infectada, apesar do número de fístulas pancreáticas e hospitalização total ser menor no tratamento endoscópico. O princípio primordial das intervenções para necrose é que nenhuma abordagem única é ideal para todos os pacientes. A melhor abordagem é multimodal e adaptável ao paciente individualmente. No futuro, uma abordagem baseada nas características do paciente, localização das coleções, e graus de encapsulamento provavelmente irá tornar-se o novo padrão. O manejo multidisciplinar destes pacientes por especialistas com experiências específicas no manejo da pancreatite necrotizante é essencial para alcançar os melhores resultados. Pacientes com pancreatite necrotizante grave estão melhores servidos em centros especializados com equipes dedicadas ao manejo desta desordem. Estudos adicionais são necessários para melhorar as técnicas atuais e definir as melhores abordagens para a intervenção da pancreatite necrotizante.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital Universitário Lauro Wanderley - Paraíba - Brasil

Autores

Yegor Leniefferson Dantas Martins, Marcelo Gonçalves Sousa, Lázaro Macedo Carvalho, Claudino Rodrigues dos Santos Júnior, Flávio José Teixeira Rocha Ataíde da Motta, Éverton Silveira Macedo, Thiago Farias Mendonça Freitas, Alexandre Ferreira Tamiro