Dados do Trabalho


TÍTULO

USO DOS METODOS VISCOELASTICOS DE AVALIAÇAO DA COAGULAÇAO (ROTEM) COMO FERRAMENTA PARA LIMITAR TRANSFUSOES EM VITIMAS DE TRAUMA

OBJETIVO

Avaliar a importância dos parâmetros da tromboelastometria rotacional (ROTEM) como ferramenta para limitar as transfusões em pacientes vítimas de trauma.

MÉTODO

Análise retrospectiva de registro de trauma em um período de 12 meses, a começar em novembro de 2014, incluindo todos os pacientes que tiveram uma avaliação pelo ROTEM na sua admissão no hospital. Foram utilizados os parâmetros de cut-off do ROTEM (Extem CT, Extem A10, Extem MCF, Extem CFT, Extem ML, Extem Angle, FibtemA10 e Fibtem MCF), como definidos pelos fabricantes, para dividir os pacientes em dois grupos: “normal” ou “anormal”. A variável “ROTEM normal” (NL ROTEM) foi criada para identificar os pacientes nos quais todos os parâmetros estavam normais. Os dois grupos foram comparados no que se refere a transfusão de derivados sanguíneos em tabelas 2x2. O Valor Preditivo Negativo (VPN) para transfusão de derivados sanguíneos foi calculado. A utilização de derivados sanguíneos foi avaliada de acordo com o tipo e volume da transfusão. A análise foi repetida em para subgrupos de pacientes com ISS>15, bem como com Pressão Arterial Sistólica (PAS) menor que 90 mmHg na admissão. Para análise estatística foram utilizados os testes do Chi quadrado e Fisher, considerando p<0,05 como estatisticamente relevante.

RESULTADOS

793 pacientes atenderam aos critérios de inclusão. Traumas fechados foram responsáveis por 80,2% das admissões (73,5% eram homens). A mediana de idade foi de 42 anos (15-96). Quarenta e seis pacientes (5,8%) foram admitidos com PAS menor que 100 mmHg e 161 (20,3%) mantiveram o AIS do segmento cefálico maior que 2. A mediana do ISS foi de 9 (2-19) e 269 pacientes mantiveram um ISS>15 (33,9%). Pelo menos uma unidade de derivados sanguíneos foi transfundida nas primeiras 24 horas em 92 (11,6%) casos e NL ROTEM foi observado em 604 (76,2%) pacientes. O VPN do NL ROTEM em predizer a transfusão de qualquer derivado sanguíneo (BBP), de plasma (FFP), de plaquetas (PLT) e maciça (MT) foi de, respectivamente, 83,8%, 92,5%, 96,3% e 98,8%. No subgrupo dos pacientes admitidos com PAS <90 mmHg, NL ROTEM predisse 14/15 (93,3%) casos nos quais a transfusão maciça não ocorreu.

CONCLUSÕES

Há evidência que o padrão NL ROTEM é capaz de identificar pacientes que não irão necessitar da transfusão de qualquer derivado sanguíneo nas primeiras 24 horas depois do trauma, mesmo em subgrupos de pacientes com lesões graves e instabilidade hemodinâmica sustentada.

Área

TRAUMA

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

José Gustavo Parreira, J. Carolina Gomez-Builes, Pedro Souza Lucarelli Antunes, José Cesar Assef, Joao Rezende-Neto, Sandro B Rizoli