Dados do Trabalho
TÍTULO
A TECNICA NO-TOUCH PARA ABORDAGEM DA VEIA SAFENA EM CIRURGIAS DE REVASCULARIZAÇAO MIOCARDICA: UMA REVISAO DE LITERATURA - ACCBC
OBJETIVO
Descrever o método e os resultados sobre a técnica no-touch de retirada da veia safena para utilização como enxerto, em oposição à técnica tradicional.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão de literatura abordando trabalhos encontrados nas plataformas PubMed, Google Scholar e Scielo com artigos publicados entre 2008 e 2018. Os principais descritores utilizados para pesquisa foram “no-touch technique”, “cardiovascular surgery”, “bypass grafting”.
RESULTADOS
Doenças isquêmicas do coração representam uma das maiores causas de morte global, sendo a revascularização do miocárdio uma das operações mais realizadas no mundo. Defende-se o uso de enxertos arteriais, principalmente pelas diferenças estruturais com os venosos, além de terem uma maior patência – em 10 anos, notou-se que a arterial seja de 90% comparada com 60% das venosas – e necessitarem de menos reintervenções. No entanto, a veia safena é muito usada em pacientes que se submetem a essa cirurgia, por sua disponibilidade e fácil extração, apresentando, como um dos maiores desafios, manter sua patência prolongada. A técnica no-touch para a veia safena consiste em retirá-la completamente com o pedículo do tecido adjacente, protegendo-a de espasmos e evitando necessidade de dilatação. Estudos sobre o no-touch apresentam uma patência de longo termo e menor progressão aterosclerótica, tudo isso dependente da técnica, que prega a preservação do vaso vasorum e um endotélio intacto, que previne isquemia. O tecido perivascular adjacente, incluindo gordura, forma um stent externo natural, garantindo um suporte mecânico que impede o enxerto de dobrar. A preparação da veia safena exerce grande influência na sua qualidade; ao preservar a integridade da parede da veia, observa-se uma patência superior, preservação da função do ventrículo esquerdo e melhor resultado clínico. Isso é fundamental, pois as artérias torácicas internas, primeiras opções arteriais, possuem o endotélio protegido durante toda a operação, enquanto a veia safena sofre grandes lesões e traumas durante o procedimento, criando um falso potencial trombogênico, que pode ser evitado com a preparação correta. A atividade da enzima precursora do óxido nítrico, eNOS, no endotélio e na adventícia, sugere que a disponibilidade do NO é mantida pelos enxertos que utilizam no-touch. Em biópsias post-mortem, foi notado que a técnica tradicional apresentou maior aterosclerose, comparado com a no-touch. A técnica possui dados sobre oclusão de 15-30% no primeiro ano após a cirurgia, chegando a 50% em 10 anos.
CONCLUSÕES
A integridade endotelial apresenta melhor resultado com o uso da técnica no-touch. O pedículo possui propriedades mecânicas e funcionais que protegem a veia safena de espasmo e isquemia, além de resguardar os enxertos longos contra torções. O óxido nítrico é um fator responsável pelo aumento da patência dos enxertos. A técnica no-touch tem vantagens evidenciadas sobre outras técnicas de dissecção da safena, no entanto, é necessária maior aceitação advinda do âmbito médico.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil
Autores
MICHAELA LONGONI MANFROI, HELMGTON JOSÉ BRITO DE SOUZA