Dados do Trabalho


TÍTULO

CISTOADENOMA GIGANTE HEPÁTICO – UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O cisto hepático de origem não parasitária é uma condição rara, que afeta menos de 5% da população mundial. De caráter benigno, acomete em maior proporção as mulheres, principalmente aqueles classificados como grandes cistos. Na maiorias dos casos, os pequenos cistos são assintomáticos. Em contrapartida, os grandes, manifestam-se clinicamente com dor em hipocôndrio direito, náuseas, vômitos, saciedade precoce ou, mais raramente, icterícia obstrutiva. O tratamento, em geral, é realizado para àqueles pacientes sintomáticos ou com complicações; entretanto, como 25% dos casos de adenomas hepatocelulares são relacionados à malignização, a abordagem cirúrgica torna-se uma opção terapêutica a ser considerada, especialmente nos tumores maiores que 5 centímetros.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 50 anos, procura atendimento médico devido a dor abdominal. Ao exame físico, notou-se presença de massa abdominal palpável e visível em hipocôndrio e flanco direito. Foi então solicitado exame de Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética (RNM) de abdome, que demonstrou lesão cística complexa de 28 x 23 cm em lobo direito hepático, com cápsula espessa hipercontrastante com áreas heterogêneas em todo o lobo direito, sugestivo de cistoadenoma hepático, além de cisto simples em lobo hepático esquerdo de 8 cm. A conduta adotada foi a abordagem cirúrgica em que evidenciou-se sofrimento de parede e perfuração do tumor. Realizou-se então isolamento do pedículo hepático direito junto ao sulco de Roviére e ligadura transfixante em bloco do pedículo direito (Takasaki Approach), além de destelhamento do cisto simples em lobo esquerdo por via aberta.

DISCUSSÃO

Devido à raridade do caso e da escassez de publicações na literatura, sendo descritos menos de 200 casos de cistoadenomas, tal trabalho torna-se de extrema relevância. O adenoma hepatocelular é um tumor benigno, cujos fatores relacionados ao seu surgimento são: O uso de contraceptivos orais, uso de esteroides anabolizantes e doenças de acúmulo do glicogênio. Clinicamente, pode apresentar-se de 3 formas distintas: incidental, encontradas em exames de imagens de abdômen; com alterações clinicas e laboratoriais como dor abdominal em hiponcôndrio direito e epigástrio e aumento das enzimas canaliculares. Como tal tumor, possui risco de hemorragia e de malignização e, portanto, de maior letalidade. Por isso, existem determinadas condutas a serem consideradas: ressecção de todos os adenomas maiores que 5 cm, ressecção por via laparoscópica em segmentos anatomicamente favoráveis e utilizar-se da biologia molecular para relacionar o mesmo com o risco de malignização. Quando opta-se pela cirurgia, devem-se tomar precauções para manter os cistos intactos visando a não ocorrência de carcinomatose peritoneal. Além disso, é importante ressaltar que, mesmo após a ressecção cirúrgica completa, há o risco de recidiva em cerca de 10% dos pacientes, frente a 66% quando a mesma é local.

Área

FÍGADO

Instituições

UniCEUB - Distrito Federal - Brasil

Autores

Marcella Resende Monteiro Prado, Alessandra Andrade Lopes, Ana Carolina Andrade Lopes, Ian Pagnussat, Sérgio Renato Pais Costa