Dados do Trabalho


TÍTULO

ELEFANTIASE COMO APRESENTAÇAO DE LINFEDEMA APOS SUCESSIVAS LINFANGITES: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O sistema linfático é uma rede de vasos (canais), gânglios (nodos) e órgãos. Funciona como parte do sistema imune para proteger e combater infecções, inflamações e cânceres. Nos linfonodos, existem diversos glóbulos brancos que auxiliam a combater infecções. As condições fisiológicas e circulatórias locais e o status imunológico do indivíduo são os maiores determinantes de defesa do hospedeiro. A linfadenite e a linfangite são complicações comuns de infecções bacterianas. A linfadenite é a inflamação dos linfonodos, e quando estes se enchem de bactérias, vírus ou fungos, há o desenvolvimento de infecção. Geralmente resulta de celulite ou outra infecção bacteriana (normalmente por estreptococos ou estafilococos). Já a Linfangite acomete vasos/canais linfáticos e provoca inflamação dos canais, resultando em dor e sintomas locais ou sistêmicos. Celulite é o processo que atinge derme profunda e tecido subcutâneo e nem sempre é clara a distinção entre tecido infectado e não infectado. Erisipela é um distinto tipo de celulite cutânea, superficial, com marcante envolvimento de vasos linfáticos da derme. Na erisipela típica, a área de inflamação destaca-se com algum relevo, indicando distinta demarcação entre o tecido envolvido e o normal. Linfedema associado à drenagem linfática anormal, insuficiência venosa crônica e a síndrome nefrótica predispõem a celulite. O primeiro episódio de celulite, freqüentemente, compromete vasos linfáticos e predispõe a celulites recorrentes, linfaedema crônico e elefantíase.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, L.K.N, de 39 anos, casada e mãe de três filhos, procedente de Manaus/AM, evolui com história de trauma aos 5 anos de idade associado a osteomielite e sucessivas infecções cutâneas acompanhadas de febre, diagnosticada como erisipela, dá entrada ao serviço de Dermatologia do Hospital Tropical para investigação de filariose. Relata que o surgimento de ulceras se deu em 2005 e desde então sem melhora. Há 5 anos, notou aparecimento de nodulações verrucosas difusas e agrupadas em vegetações e edema progressivo. Ao exame físico dermatológico do membro inferior esquerdo, apresentava no dia (18/12/18) inúmeros nódulos difusos, com uma lesão com drenagem de secreção purulenta em face interna da perna esquerda, além de edema e calor, manchas hipercrômicas com linfedema generalizado à esquerda. Paciente queixava parestesia em membro. Quanto ao tratamento, optou-se por amputação suprapatelar.

DISCUSSÃO

Cerca de 85% dos linfedemas devem-se à linfangite de repetição. Daí a importância médica e social do tratamento precoce e correto das linfangites, evitando-se as recidivas, consequentemente previne-se a ocorrência do linfedema, o qual tem a Elefantíase como ultimo e mais severo estágio, que quando ocorrem pode-se apreciar lesões dérmicas mais exuberantes como as verrucosidades linfostáticas, fissuras, ulcerações de difícil controle terapêutico e daí o aparecimento até de osteomielite, que no caso, pode se aplicar à paciente em questão.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

UFAM - Amazonas - Brasil

Autores

JULIA COSTA JUSTO, JUAN EDUARDO RIOS, ISADORA GOMES MESQUITA, EVANDRO AULICE PEDER, MATHEUS FELIPE BERGAMIM, NEIVALDO JOSE SANTOS