Dados do Trabalho
TÍTULO
HERNIA HIATAL GIGANTE: RESULTADO DO TRATAMENTO CIRURGICO
OBJETIVO
Hérnia hiatal gigante é definida por herniação de ao menos 30% do estômago para dentro da cavidade torácica, embora não exista uma definição uniforme na literatura. Sua incidência representa 0,3 a 3 % de todas as hérnias hiatais e pode causar sintomatologia ampla, caracteristicamente incluindo pirose, disfagia, anemia ferropriva e desconforto ou dor pós-prandial. A correção cirúrgica via laparoscópica é a mais recomendada. O objetivo deste estudo é avaliar os resultados da correção cirúrgica por via laparoscópica da hérnia hiatal gigante de 13 pacientes.
MÉTODO
O estudo é descritivo observacional, realizado por análise retrospectiva dos prontuários de 13 pacientes, consecutivos, submetidos ao tratamento cirúrgico no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2018, no serviço de cirurgia digestiva do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. As variáveis coletadas são referentes a 3 períodos distintos: Pré-operatório (I), Ato cirúrgico (II) e Pós-operatório (III) - (6 meses PO, 2 anos PO). As variáveis coletadas incluem dados sócio-demográficos, clínicos, referentes ao tratamento e aos desfechos. A análise dos dados foi realizada com o SPSS versão 22.
RESULTADOS
Período pré-operatório (I): idade média de 65 anos (desvio padrão de 9,88), IMC médio igual a 34 kg/m2 (desvio padrão 4,9). Sintomas mais prevalentes: pirose (92,3%), regurgitação (69,2%) e disfagia (69,2%). 76,9% usavam de inibidores da bomba de prótons. Obesidade (76,9%) e hipertensão arterial (65,5%) se mostraram comorbidades frequentes. 92,3% foram classificados como ASA II e 7,7% como ASA I.
Ato cirúrgico (II): Todas as cirurgias foram realizadas por via laparoscópica, havendo uma conversão para via laparotômica (laceração da cápsula esplênica com necessidade de esplenectomia). Utilizou-se de tela para fechamento da crura em 1 cirurgia. Um paciente apresentou uma intercorrência clínica (fibrilação atrial de alta frequência).
Pós-operatório (III): sintoma mais prevalente foi regurgitação (15,4%). 4 pacientes (30,8%) apresentaram um ou mais sintomas. Destes, somente 2 (15,4%) mantiveram sintomatologia após 2 anos, sendo evidenciada recidiva em 1 deles (7,7%).
CONCLUSÕES
O tratamento laparoscópico da hérnia hiatal gigante é eficaz, evidenciado pela melhora clínica importante e desfechos satisfatórios. Houve recorrência única e um paciente necessitou conversão para cirurgia aberta. Precisamos de um seguimento maior desse coorte de pacientes, de 5 a 10 anos, para avaliarmos a taxa de recidiva a longo prazo.
Área
ESÔFAGO
Instituições
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP - São Paulo - Brasil
Autores
Daniel Ferraz de Oliveira Barros, Fernando Maciel Ramalho Medeiros, Ligia Ayres de Souza, João Almiro Ferreira Filho, Gustavo de Assis Mota, Rafael Kemp, José Sebastião dos Santos, Ajith Kumar Sankarankutty