Dados do Trabalho


TÍTULO

DRENAGEM DE TORAX EM VITIMAS DE TRAUMA ESTAVEIS: ANALISE CRITICA

OBJETIVO

Realizar uma análise geral das lesões identificadas, complicações e óbitos das vítimas de trauma submetidas a drenagem torácica em condições estáveis.

MÉTODO

Análise retrospectiva do banco de dados do serviço de emergência, incluindo vítimas de trauma admitidas em 2014, com idade superior a 14 anos que foram submetidas à drenagem torácica. Foram excluídos os submetidos à drenagem na sala de trauma (por instabilidade hemodinâmica ou insuficiência respiratória). Foi utilizado a Abbreviated Injury Scale (AIS) para estratificação de gravidade de lesões.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 82 pacientes, sendo 48 vítimas de ferimentos penetrantes e 34 vítimas de trauma fechado. Na admissão, as médias ± DP da frequência cardíaca, frequência respiratória, Escala de Coma de Glasgow e saturação O2 foram, respectivamente, 97,5 ± 20,6 bpm; 20,2 ± 9,3 ipm; 12,8 ± 3,8; 93,4 ±7,6. Do total de pacientes, 43 apresentaram frequência respiratória inferior a 24 ipm, e 16 apresentaram saturação O2 superior a 95%. Apenas 4 foram submetidos a intubação orotraqueal. Dos 68 pacientes submetidos a radiografias de tórax AP, 56 apresentaram alterações que indicaram a drenagem. A respeito de lesões torácicas, 44 pacientes apresentavam hemopneumotórax, 20 lesão diafragmática, 19 hemotórax isolado, 15 fraturas de costelas e 10 pneumotórax isolado. Trinta e seis pacientes tiveram sua lesão classificada como AIS 3, 29 com AIS 2, e 17 com AIS 4. Quatorze foram submetidos a toracotomia e 14 a videotoracoscopia (uma convertida em toracotomia). As lesões mais frequentemente associadas foram as abdominais (29 casos), sendo que 20 realizaram laparotomia. Quatorze vítimas apresentaram TCE, 2 apresentaram lesões cervicais e 22 tinham lesões em extremidades. Média dos índices de gravidade RTS, ISS, NISS e TRISS foram, respectivamente: 6,42; 18; 27 e 78%. Entre as complicações, houve 5 pacientes com hemotórax coagulados e 3 com pneumotórax residual, entre esses 2 evoluíram com empiema e um necessitou de 1 decorticação pulmonar. De 11 óbitos, 4 ocorreram por traumatismo cranioencefálico e 5 por infecções.

CONCLUSÕES

Os pacientes vítimas de trauma que realizaram drenagem torácica em condições estáveis apresentaram baixo índice de complicações (10%) e nenhum óbito relacionados ao tórax nessa casuística.

Área

TRAUMA

Instituições

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Helena Machado Morad, Isis Kobashigawa Nascimento, José Gustavo Parreira, Jacqueline A. Giannini Perlingeiro, Silvia C. Solda, José Cesar Assef