Dados do Trabalho


TÍTULO

DIFICULDADE NA ABORDAGEM INICIAL DO CANCER DE MAMA ASSOCIADO AO LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO: RELATO DE 02 CASOS

INTRODUÇÃO

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, multissistêmica, de causa desconhecida e de natureza autoimune. As opções terapêuticas mais eficientes têm proporcionado melhor controle do LES aumentando a sobrevida. Tal fato tem oportunizado condição para uma melhor percepção dessa doença assim como a associação com outras morbidades. O objetivo deste estudo foi relatar o caso sobre um paciente com LES e câncer de mama, além de elucidar quais abordagens terapêuticas em âmbito clínico e cirúrgico.

RELATO DE CASO

Caso 01: M.C.S.G, feminino, 43 anos, portadora de LES há 14 anos, Nefrite Lupica (NL) grau V e Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídio há 2 anos. Apresentando nódulo em mama esquerda há 06 meses em quadrante superior. A biópsia revelou diagnóstico de carcinoma ductal infiltrante com diâmetro 8x7cm, endurecido, indolor, com discreto edema cutâneo localizado e linfonodo axilar com 2x2cm, móvel, (EC – T3 N1 M0 - IIIa), grau histológico e nuclear 2, receptores hormônios de estrógeno e progesterona negativos e Her 2 negativo. Caso 02: C.M.G, sexo feminino, 40 anos, portadora de LES há 7 anos, NL, apresentando nódulo em mama direita há 01 ano em quadrantes laterais, com aproximadamente 7x7cm, endurecido, indolor, com discreto edema e retração cutânea e massa linfonodal axilar com 4x3cm, móvel, indolor (EC – T4b N2 M0 - IIIb). A biópsia revelou um carcinoma ductal infiltrante, grau histológico e nuclear 3, receptores hormonais de estrógeno e progesterona negativos e Her 2 negativo. Fazia uso de prednisona 10 mg/dia, micofenolato de sódio 1440 mg/dia. Negava antecedentes familiares com câncer de mama. Negava tabagismo e etilismo. Relata aumento de peso após a descoberta do LES, aproximadamente 30 Kg. Na avaliação inicial a paciente apresentava um PS2, com pancitopenia (plaquetas de 51.000/mm3, leucócitos de 1500/mm3, hemoglobina de 9,1g/dl) e creatinina de 1,8 mg/dl. Após 72h o hemograma não mostrou melhora significativa da contagem de plaquetas (58.000/mm3). Instituído o tratamento definitivo, após os ciclos, a paciente começou a apresentar febre, dor torácica no hemotórax esquerdo associado à dispneia intensa. Os exames revelaram tratar-se de uma pneumonia hospitalar. Em seguida a paciente desenvolveu uma sepsis com insuficiência respiratória grave e óbito após 48h de internação na internada na Unidade de Terapia Intensiva

DISCUSSÃO

No primeiro caso foi instituído tratamento cirúrgico, uma vez que a paciente não possuía condições clinicas para tratamento neoadjuvante. No segundo, foi discutido a conduta inicial para a paciente com uma equipe multidisciplinar entre mastologistas, oncologistas clínicos e reumatologista. Optou-se por melhorar os aspectos clínicos e laboratoriais e programar tratamento cirúrgico (visto que, o tumor apesar de localmente avançado, era ainda ressecável). Sendo assim, a escolha terapêutica deve ser individualizada para cada caso. Nota-se a necessidade de pesquisas prospectivas para elucidar casos associados como esses

Área

MISCELÂNEA

Instituições

UNITPAC - Tocantins - Brasil

Autores

Camila Fecury Cerqueira, Patrick Nunes Brito, Nader Nazir Suleiman, Aline Marques Ribeiro Dias, Samara Fernandes Ribeiro, Renato Miranda Ramalho Filho, Lucelia de Oliveira Santos, Paulo Henrique Dias Moraes