Dados do Trabalho
TÍTULO
Tumor estromal gastrointestinal em um agricultor no extremo norte do país
INTRODUÇÃO
Os tumores estromais gastrointestinais (GISTs) representam um tipo raro, entretanto, o mais frequente dentre as neoplasias mesenquimais identificadas no trato gastrointestinal.
RELATO DE CASO
R.B., 52 anos, masculino, natural de Mundo Novo – MT, proveniente de Caroebe – RR, agricultor. Relatou que dia 21/01/18 iniciou dor em faixa no abdome superior, irradiada para o dorso, associada a constipação e que no dia 25/01 foi internado no HGR com medidas clínicas com sonda nasogástrica, sonda vesical de demora e hidratação venosa. TC do dia 26/01 revelou coleção líquida, de contornos lobulados, localizada em fossa ilíaca direita (FID), podendo estar relacionado a apêndice roto. 16 dias após internação, o paciente recebeu alta hospitalar. Entretanto, as dores abdominais retornaram associadas a massa crescente em FID. Dia 23/02, após detecção de um pseudocisto pancreático, o paciente foi submetido a nova internação, iniciando antibioticoterapia e medidas de suporte. Após o aguardo de 6 semanas para formação de cápsula cística o paciente recebeu alta no dia 14/03. No dia 29/04 o paciente deu nova entrada no HGR com dor abdominal semelhante às anteriores, levantando a hipótese de apendicite crônica, apresentando os seguintes resultados de exames: Leu 10,11; Neu 74%; Hb 15; PLT 184.000; Amilase 8; Lipase 16; GGT 64; FA 64; TGP 35; TGO 26; PCR 29; Cr 1,01; Ur 24; BD 0,16; BT 0,39; Glicose 89; após internação, foi iniciada antibioticoterapia e solicitada TC, que evidenciou dia 30/04, formação expansiva sólida, irregular e de contornos lobulados, centrada na região paramediana direita na região do mesogastro. Foi sugerida RM de abdome total para melhor avaliação do achado, evidenciando, no dia 05/05, presença de massa com realce heterogêneo pós contraste na região hipogástrica/FID, com áreas de restrição à difusão do contraste, medindo 11,2x7,7x9,3 cm, mantendo íntimo contato com as alças intestinais delgadas, adjacente a outra imagem de aspecto nodular, medindo no maior diâmetro 3,1cm. Levantada a hipótese de GIST, o paciente foi submetido a laparotomia exploratória no dia 16/05 expondo massa de consistência endurecida em FID, englobando ceco, apêndice cecal, parte do íleo terminal e apresentando aderências com omento, parede abdominal e polo superior da bexiga; foi realizada a dissecção do tumor; ressecção de íleo terminal a 10cm da válvula íleocecal e cólon transverso (1/3 proximal), com retirada do tumor em bloco; ressecção de tumor aderido à parede abdominal em FID e do polo superior da bexiga com retirada completa do tumor – cistectomia parcial.
DISCUSSÃO
O presente relato, descreve o caso de um paciente que após 5 meses de vários episódios de internação hospitalar para investigação de dor abdominal, de difícil manejo, obteve diagnóstico de GIST. Destaca-se, o fato da ausência de queixas hemorragicas, mesmo diante da grande área afetada e sua localização mais rara, no intestino grosso e omento.
Área
INTESTINO DELGADO
Instituições
Universidade Federal de Roraima - Roraima - Brasil
Autores
Ana Carolina Gonçalves Pires, Marcello Santos da Silva, Givaggo Henrique Rodrigues da Silva, Levindo Alves de Oliveira, Larissa Erikarla Negreiros Madureira, Adelie Nicolli Martins Gai Costa, Poliana Lucena dos Santos , Diego Guilherme Santos Portella