Dados do Trabalho
TÍTULO
MIXOFIBROSSARCOMA DE TÓRAX: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO
O mixofibrossarcoma é uma neoplasia maligna de origem fibroblástica com
prevalência aumentada em idosos, apresentando-se como nódulos ou tumores que
podem se estender à derme e músculo esquelético, preferencialmente nos membros e
raramente acometem o tórax.
RELATO DE CASO
Paciente de 42 anos, sexo masculino, com queixa de dor na cintura escapular esquerda
há cerca de 3 meses. Na avaliação inicial além da dor apresentava massa endurecida
na região da escápula esquerda. Não havia história de trauma prévio. Ao exame,
notou-se lesão expansiva, com cerca de 20 cm, endurecida, com alguns pontos
fibroelásticos, fixa e indolor. Foi realizada uma tomografia do tórax que mostrou lesão
heterogênia, com infiltração nos tecidos adjacentes. O paciente foi submetido à
ressecção cirúrgica da lesão, com margem de segurança. A ressecção se estendeu
profundamente até a região intercostal, anteriormente até a borda do grande dorsal e
posteriormente até os músculos eretores da espinha. A evolução pós operatório foi
satisfatória com alta hospitalar no 5º dia pós-operatório. Após a confirmação do diagnóstico, foram
realizadas 30 sessões de radioterapia e, até o momento, não há sinais de recidiva.
DISCUSSÃO
O mixofibrossarcoma (MFS) é um subtipo único de sarcoma dos tecidos moles,
frequentemente caracterizado por um padrão difusamente infiltrativo. As proporções
variadas de elementos histiocíticos e fibroblásticos são responsáveis pelo amplo
espectro morfológico desse tumor. Compreende lesões fibroblásticas malignas com
estroma mixóide variável, pleomorfismo, padrão vascular distintivamente curvilíneo e
um número variável de células inflamatórias. Representa aproximadamente 5% dos
diagnósticos de sarcoma de tecidos moles, afetando principalmente membros.
As lesões normalmente surgem como uma massa indolor, aumentando lentamente, e
podem ser classificadas em duas categorias: superficial e profunda. As superficiais se
localizam na camada dérmica ou subcutânea, enquanto as profundas são
intramusculares ou subfásciais. A base do tratamento é cirúrgica, tendo como ideal a
ressecção completa em monobloco do tumor com ampla margem de segurança de 2 a
4 cm. A cirurgia isolada é suficiente para a maioria das lesões de baixo grau, sendo a
radioterapia indicada nos sarcomas de alto grau com mais de 5 cm, os operados com
margens comprometidas ou menores do que 1 cm. O uso da quimioterapia é
controverso. O tamanho, grau histológico do tumor primário e o estado das margens
cirúrgicas são fatores intimamente relacionados com as chances de recidivas locais e
de metástases a distância. A sobrevida em 5 anos desses paciente pode variar de 90%
(estádio I) até 10% (estádio IV).
Área
CIRURGIA TORÁCICA
Instituições
Universidade de Marília - São Paulo - Brasil
Autores
Gerson Sardella Delsin, Gilmar Felisberto Junior, Claudio José Rubira