Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO ENDOSCOPICO PARA LESAO PANCREATICA ISOLADA DE ALTO GRAU COM SUCESSO
INTRODUÇÃO
O traumatismo abdominal fechado com lesão pancreática isolada de alto grau é uma situação clínica pouco frequente e é observada em menos de 1% dos traumatismos abdominais. Esta lesão está associada a mecanismos de trauma de alta energia e consequentemente com altas taxas de morbi-mortalidade, devido à dificuldade e demora do seu diagnóstico. Estas taxas podem ser ainda maiores quando há lesão de ducto pancreático principal.
Muitos são os tratamentos preconizados para os diferentes tipos de lesões pancreáticas, alguns conservadores, no caso de baixo grau (Grau 2 ou menor), e outros invasivos, no caso de alto grau (Grau 3 ou maior).
Nesta apresentação expomos o tratamento de paciente masculino jovem vítima de acidente automobilístico com lesão pancreática isolada grau III que foi submetido à tratamento endoscópico com drenagem cisto-gástrico, jamais descrito na literatura, com sucesso.
DESCRIÇÃO DO VÍDEO
No vídeo demonstramos a técnica empregada pela equipe e o procedimento realizado para drenagem de cisto pancreático traumático através de punção de parede gástrica posterior com confirmação com Raio X intra-operatório e colocação de drenos. No pós-operatório paciente evoluiu com aumento de volume abdominal por extravasamento de líquido pancreático, o qual foi confirmado e drenado por radio-intervenção. Paciente evoluiu assintomático e sem novos episódios de ascite e sem formação de novo cisto até o momento.
CONCLUSÃO
O trauma abdominal é frequente nos prontos atendimentos de Cirurgia Geral. A incidência de lesão pancreática no trauma abdominal contuso é de 2-12%, e isoladamente em <1% dos casos. Exames de RX simples e US FAST ou convencional não são exames de escolha para identificação de traumas pancreáticos. A tomografia, que tem alta especificidade para identificar lesão de ducto pancreático, tem baixa sensibilidade (52,4-54%). O diagnóstico, portanto, acaba sendo realizado em exames tardios, o que consequentemente causa aumento de morbi-mortalidade dos pacientes, respectivamente 60 e 34%.
Com o avanço tecnológico, dos materiais e da formação dos médicos intervencionistas mais procedimentos não cirúrgicos estão evitando cada vez mais cirurgias mais longas e com maiores riscos ao paciente. Nosso trabalho demonstra uma nova terapêutica para tratamento de cistos pancreáticos com lesão de ducto pancreático principal.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
Escola Paulista de Medicina - UNIFESP - São Paulo - Brasil
Autores
Fernando Antonio Monteiro Carvas, Bruna Perez Vazquez, Jean Michel Milani, Daniel Kitayama Shiraiwa, Franz Apodaca, Alberto Goldenberg, Edson Lobo