Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO DE SÍNDROME DE MIRIZZI SEM ICTERICIA, COM DIAGNOSTICO NO PRE-OPERATÓRIO

INTRODUÇÃO

A Síndrome de Mirizzi foi descrita a primeira vez em 1948, por Pablo Mirizzi, ao observar alguns fatores que poderiam causar colestase extra-hepática em determinados grupos de pacientes portadores de colelitíase. Essa síndrome consiste em uma impacção de um cálculo no ducto cístico ou no infundíbulo da vesícula, obstruindo o ducto hepático comum ou o colédoco; é uma rara complicação de colelitíase prolongada, que raramente é diagnosticada no pré-operatório, mesmo esse tendo que ser feito antes da cirurgia, o que implica em uma significativa morbimortalidade. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de Síndrome de Mirizzi, sem icterícia com diagnóstico no pré-operatório.

RELATO DE CASO

Mulher, 40 anos, com história de colelitíase há cerca de dois anos, evoluindo nos últimos meses com crises álgicas. Relata ritmo intestinal irregular com episódios de constipação. Ao exame físico apresenta-se com bom estado geral, lúcida, orientada, com mucosas normocoradas e anictéricas, abdome flácido, doloroso à palpação em hipocôndrio direito. Apresentando ultrassonografia de abdome: colelitíase com dilatação das vias biliares intra-hepáticas. Solicitou-se exames laboratoriais e colangioressonância. Ao retorno, exames laboratoriais mostraram Fosfatase Alcalina, gama-GT e transaminase glutâmica pirúvica sérica (TGO) aumentadas, além de colangioressonância com achado de síndrome de Mirizzi. Fez-se cirurgia colelap (colecistectomía laparoscópica) com drenagem da via biliar, com evolução clínica favorável, dreno biliar pouco produtivo, com exames laboratoriais normais, feito colangiografia, sem extravasamento, antes da retirada do dreno biliar

DISCUSSÃO

Essa síndrome é uma complicação bastante rara, ocorrendo em aproximadamente 0,05% a 4% dos portadores de colelitíase, principalmente nos de longas datas. Somado ao fato de ser raro, tem-se a dificuldade de diagnóstico pré-operatório, devido à falta de apresentação clinica e laboratorial especifica. Os sinais e sintomas são inespecíficos, geralmente são: dor abdominal, icterícia e colangite. Entretanto, mesmo com a dificuldade de chegar ao diagnóstico dessa síndrome, tem-se que levar como um diagnóstico para portadores de colelitíase de muito tempo, mesmo sem icterícia.

O caso apresentado é relevante, pois mostra como o diagnóstico pré-cirúrgico, mesmo sendo difícil, é de suma importância para a abordagem cirúrgica adotada e para a diminuição de complicações, que podem aumentar a morbimortalidade dos pacientes.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

universidade federal do vale do sao francisco - Pernambuco - Brasil

Autores

Ingrid Dantas Soares Lima , Lais Arraes de Carvalho , Igor Pedroso Figueira, Luigi Sacardi Schiavinatto, Thamyres Rats de Souza Barbosa, Willian Megumi Momoeda , Larissa de Oliveira Delgado Chaves , Lindon Johnson Batista de Oliveira