Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTOS CIRURGICOS NA SINDROME DO DESFILADEIRO TORACICO NEUROGENICO: UMA REVISAO DE LITERATURA
OBJETIVO
A síndrome do desfiladeiro torácico (SDT) tem a forma neurogênica como a mais frequente, chegando a representar 98% dos casos. Os sintomas neurológicos são originados em 90% dos casos por envolvimento das raízes C8-T1, causando variadas manifestações. O tratamento conservador é recomendado para a maioria dos doentes, porém, quando se verifica ausência de resposta após 3 a 6 meses, é indicado tratamento cirúrgico, o qual contempla a descompressão nervosa local. Assim, o trabalho atual objetiva-se em revisar a literatura e apresentar os métodos de tratamento cirúrgico da SDT neurogênico.
MÉTODO
Foi produzida uma revisão de literatura de artigos disponibilizados nas bases de dados eletrônicos PubMed e Redalyc. Foi adotado critério de inclusão definido por artigos publicados nos últimos 10 anos.
RESULTADOS
Foram utilizados 20 artigos nessa revisão.
Quando é possível comprovar o comprometimento neural mediante estudo neurofisiológico (sugestivo comprometimento quando há diminuição na velocidade de condução no nervo), a síndrome do desfiladeiro torácico é dita neurogênica (SDTn). A base do tratamento cirúrgico da síndrome do desfiladeiro torácico é a ressecção da primeira costela, podendo associar-se à escalenectomia ou ainda à ressecção de costela cervical, uma costela anômala com origem no processo transverso de C7 ou T1. Esta última é feita tradicionalmente por meio de um acesso supraclavicular, sendo mais complicado. Já a abordagem transaxilar na descompressão do desfiladeiro torácico oferece vantagem de menos manipulação do plexo braquial e dos nervos associados, podendo resultar em menor incidência de complicações, como lesões nervosas. Sobre as técnicas modernas, a toracoscopia videoassistida para ressecção da primeira costela é um método minimamente invasivo e potencialmente eficaz, entretanto, há poucos casos relatados na literatura. A excisão posterior da costela superior também foi demonstrada como opção cirúrgica viável e efetiva em 9 de 9 pacientes submetidos, que evoluíram com melhora de sintomas e qualidade de vida. A ressecção da primeira costela não está associada a um risco aumentado de complicações médicas ou cirúrgicas, estas estão mais associadas ao aumento do escore ASA (American Society of Anesthesiologists) do paciente e maior tempo operatório do procedimento.
CONCLUSÕES
A forma neurogênica da Síndrome do desfiladeiro torácico requer auxílio de estudo neurofisiológico para confirmação diagnóstica e, posterior implementação de tratamento cirúrgico com tratamento conservador prévio falho. Em relação aos tratamentos cirúrgicos disponíveis, pode-se concluir que há métodos bem definidos e em uso de forma segura e eficaz, contudo, estes são de difícil execução. Por esse motivo, existe necessidade progressiva de adesão de métodos menos trabalhosos e, da mesma forma, seguros e eficazes, fato este que vem sido descrito na literatura.
Área
CIRURGIA TORÁCICA
Instituições
Universidade de Fortaleza - UNIFOR - Ceará - Brasil
Autores
Lettícia Palloma Moreira de Lima, Heron Kairo Sabóia Sant'Anna Lima, Rodrigo Teófilo Parente Prado, Aprigio Sant'Anna Lima Neto