TÍTULO

USO DE OXIBUTININA EM PACIENTES COM HIPERIDROSE PRIMARIA E SOBREPESO

OBJETIVO

Os indivíduos com sobrepeso e portadores de hiperidrose primária fazem parte de um grupo de pacientes onde o tratamento cirúrgico parece ser inadequado, pois apresentam um quadro de desconforto relacionado à sudorese compensatória muito mais intensa, após a simpatectomia, que os indivíduos com IMC normal. Portanto, apresentam maior insatisfação ao tratamento cirúrgico. Até o presente momento, a falta de opções terapêuticas eficientes para tratamento de hiperidrose em pacientes acima do peso ideal deixou esta população sem perspectiva de melhora na qualidade de vida. De uma forma geral, a adequação terapêutica da hiperidrose nos pacientes com sobrepeso, continua sendo um desafio científico. Neste trabalho o objetivo foi avaliar o efeito da Oxibutinina no tratamento da hiperidrose primária em pacientes com sobrepeso (IMC>25) de forma quantitativa através da medida de Perda Transepidérmica por Evaporação de Água (PTEA).

MÉTODO

Quarenta e dois pacientes foram convocados no ambulatório de hiperidrose da disciplina de Cirurgia Torácica da UNIFESP / HU / EPM, no período de janeiro a junho de 2015. Estes pacientes foram divididos em dois grupos de estudo: Grupo controle (IMC<25): pacientes com hiperidrose primária e com IMC menor ou igual a 25 (n=22), Grupo experimento (IMC ≥25): pacientes com hiperidrose e com IMC maior ou igual a 25 (n=20). No momento do estudo estes indivíduos foram acomodados em sala climatizada, com temperatura controlada ao redor de 20 a 22 graus centígrados. Permaneceram sentados confortavelmente por no mínimo quinze minutos. . Após este período iniciavam-se os monitoramentos. Os dois grupos foram avaliados através de método quantitativo da sudorese pela medida de Perda Transepidérmica por Evaporação de Água (PTEA) nas regiões das mãos, pés, tórax, costas e abdome. Posteriormente receberam terapêutica com oxibutinina por 30 dias. Após este período de tratamento foram novamente submetidos à avaliação quantitativa de sudorese pelo método de Perda Transepidérmica por Evaporação de Água (PTEA) nas regiões já descritas.

RESULTADOS

Após o tratamento com a oxibutinina, a avaliação quantitativa realizada com medidas da PTEA mostrou melhora da sudorese nas mãos e nos pés em ambos os grupos. Houve melhora no abdome, porém sem significância estatística. No tórax e na região das costas houve piora da sudorese.

CONCLUSÕES

O tratamento da hiperidrose primária com a oxibutinina mostrou redução expressiva da sudorese nas mãos e nos pés, e exacerbação no tórax e nas costas. Ocorreu também redução da sudorese no abdome. A oxibutinina pareceu mostrar-se eficaz no tratamento da hiperidrose em pacientes obesos (IMC>25) no grupo estudado.