Dados do Trabalho
TÍTULO
LINFADENECTOMIA D1 VERSUS D2 NO CANCER GASTRICO: UMA REVISAO SISTEMATICA
OBJETIVO
Realizar revisão sistemática de estudos que abordem diferenças dos pacientes tratados cirurgicamente para o câncer gástrico após linfadenectomia D1 comparados aos que foram submetidos à linfadenectomia D2, devido à importância prognóstica do acometimento linfonodal e questionamento quanto aos critérios de escolha da dissecção.
MÉTODO
No período de novembro/dezembro de 2018 utilizou-se para busca os descritores de assunto Medical Subject Headings (MeSH) do Pubmed, nos últimos cinco anos: ("Lymph Node Excision"[Mesh] AND "Stomach Neoplasms"[Mesh] AND ((Clinical Trial[ptyp] OR Comparative Study[ptyp] OR Controlled Clinical Trial[ptyp]) AND "2013/11/10"[PDat] : "2018/11/08"[PDat] AND "humans"[MeSH Terms] AND "adult"[MeSH Terms]). Identificados 125 artigos. Realizada leitura na íntegra de 15 artigos, e após critérios de inclusão (diferenças entre o procedimento cirúrgico através da linfadenectomia D1 versus linfadenectomia D2 quanto aos resultados patológicos e/ou complicações/morbidades, e/ou mortalidade, e/ou sobrevivência) cinco estudos foram selecionados.
RESULTADOS
Os experimentos foram publicados entre 2014 e 2016, e continham no mínimo 131 pacientes e no máximo 727. Um estudo analisou os resultados patológicos e que 57% (n=100) dos pacientes do grupo D2 apresentaram linfonodos positivos comparados com 38% (n=34) do grupo D1 (P = 0,045). Quatro estudos avaliaram a morbidade e a mortalidade. Todos encontraram taxas semelhantes de morbidade entre os grupos, apesar de um estudo demonstrar média de transfusão e estadia maior em D2 (p<0,05). Quanto a mortalidade perioperatória, apenas um encontrou diferença estatística, favorecendo o grupo D2 (1,3% (n=461) vs. 4,9% (n=266), p=0004), além de maior sobrevida em 5 anos neste grupo (p=0,008). Esse estudo ainda subdividiu a doença por estágios e encontrou que D2 foi associada com a melhora da média de sobrevivência nos estágios I (p = 0,003) e III (p = 0,01). Outro artigo analisou a taxa de sobrevivência específica da doença de 5 anos, segundo a profundidade do tumor, encontrando na categoria pT1, 98% (n=133) para D1 e 83% (n=134) para D2 (p=0,015).
CONCLUSÕES
Não houve evidência que direcionasse claramente a uniformidade da escolha quanto ao procedimento cirúrgico a ser adotado. Existe tendência em países Orientais da linfadenectomia estendida por se relacionar a maior sobrevida, melhor estadiamento e semelhante morbimortalidade operatória. Contudo, o estudo com melhor nível de evidência não indica linfadenectomia D2 de rotina. Todos estudos convergem sobre a preservação do baço e do pâncreas. A tendência mundial deve ser criteriosa, considerando as individualidades do estadiamento e do paciente e, sempre que possível, garantir a preservação visceral do baço e do pâncreas.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
Faculdade Pernambucana de Saúde - Pernambuco - Brasil
Autores
PEDRO TADEU ALVARES COSTA CAMINHA DE AZEVEDO, DANIELLA BANDIM CRUZ, MARIA DE FÁTIMA COSTA CAMINHA, RAFAEL CLARK GOMES, SUZANA LINS DA SILVA, FABIO LUNA FREIRE DA FONTE