Dados do Trabalho


TÍTULO

A IDADE NO MOMENTO DA INDICAÇAO CIRURGICA DE HIPOSPADIA E O RISCO DE COMPLICAÇOES POS-OPERATORIAS

OBJETIVO

Com a incidência de 1 a cada 250-300 nascimentos, a hipospádia é uma das anomalias congênitas urológicas mais comuns. O único tratamento para sua correção é a Cirurgia, a qual possui função tanto estética como funcional. Complicações pós-operatórias associadas à reconstrução peniana são evidentes. A mais comum é a persistência da curvatura anormal do pênis (chordee), seguida da fístula uretrocutânea e da deiscência da neouretra. Entretanto, estudos recentes têm demonstrado que a realização da cirurgia em idades precoces pode reduzir tais complicações.

Objetivo: Avaliar as complicações pós-operatórias presentes em pacientes que são submetidos à correção da hipospádia. Além disso, serão realizadas comparações em relação à idade da primeira cirurgia, o tipo de técnica adotada e a necessidade de reoperação.

MÉTODO

Estudo retrospectivo realizado no período de 1998 a 2015, com 119 pacientes submetidos à cirurgia de correção de hipospádia por uma única cirurgiã urológica pediátrica pelas técnicas de MAGPI e TIP, sendo 51 e 68 pacientes respectivamente. A prevalência das complicações como fístula, estenose de meato, alteração da posição do meato, deiscência de glande, retrações/cicatrizes entre outras foi avaliada através de questionário. Os dados foram organizados em tabelas descritivas, constituídas de medidas como frequência absoluta e frequência relativa percentual das variáveis propostas.

RESULTADOS

De todos os pacientes analisados, 76,5% não apresentaram complicações. De acordo com a idade da primeira cirurgia, 13 pacientes (35,14%) apresentaram complicações entre os menores de 18 meses, 7 pacientes (18,92%) na faixa etária de 18 a 36 meses e 17 pacientes (45,95%) nos maiores de 36 meses. O grupo de pacientes que mais realizou cirurgias para correção de uma complicação foi o dos maiores de 36 meses. A complicação mais encontrada foi a fistula uretral em 11,7% dos pacientes. No que se refere ao número de complicações ocorridas por paciente podemos afirmar que na técnica de MAGPI, os pacientes tiveram menos complicações (entre 0 e 2 complicações), ao passo que na técnica de TIP os pacientes desenvolveram um número maior (entre 3 ou mais).

CONCLUSÕES

As taxas de complicações no pós-operatório de hipospádia atingiram um índice de 23,5%, sendo que destes pacientes alguns necessitaram de reintervenção (27,7%). A técnica de TIP teve índice de complicações maior do que a técnica de MAGPI. A hipospádia peniana distal foi a que apresentou maiores taxas de complicações. Os pacientes com menores complicações foram estavam na faixa etária entre 18 e 36 meses.

Área

UROLOGIA

Instituições

Hospital Santo Antonio e Hospital Santa Isabel - Santa Catarina - Brasil

Autores

Karine Furtado Meyer , Adriana De Sousa Rós , Amanda Blanski De Castro, João Augusto Dos Reis Guerra, Leonardo Getulio Piovesan, Ana Carolina Fleig, João Victor Mendes, Raquel Bittencourt Catto