Dados do Trabalho
TÍTULO
CRIPTORQUIDIA ECTOPICA POS-TRAUMATICA: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Criptorquidia é a ausência de pelo menos um testículo na bolsa escrotal, condição frequente na população pediátrica. É a malformação urológica congênita masculina mais comum, presente em 1 a 2% dos recém-nascidos. Raramente ocorre fora da faixa etária prevalente, caracterizando o criptorquidismo adquirido, conhecido como luxação testicular ou testículo ectópico, em decorrência, na maioria das vezes, de um trauma escrotal, por acidentes motociclísticos com contusão direta sobre o guidão ou contra o tanque de gasolina. Levando á pressão externa direta ao períneo, deslocando o testículo para o tecido mole adjacente, tipicamente a virilha. Assim, devido sua rara ocorrência, há poucos relatos descritos na literatura.
RELATO DE CASO
Homem de 22 anos, sem complicações neonatais, normodesenvolvido, sem morbidades e cirurgias prévias. Vítima de colisão de motociclística, referindo contusão da região pélvica com o guidão da moto. Buscou atendimento hospitalar de emergência, apresentando fratura diafisária do rádio direito e ausência de testículos na bolsa escrotal. No exame físico, o paciente apresentava-se assintomático, com testículos palpáveis ao nível dos anéis inguinais superficiais e características sexuais secundárias presentes, sem necessidade de exame de imagem inicial. A correção cirúrgica da Criptorquidia ocorreu um mês após a osteossíntese do rádio. O acesso ao canal inguinal deu-se pela incisão de Davis bilateral, diérese por planos, dissecção do orifício inguinal externo, identificação de elementos do cordão e liberação de testículos ectópicos no canal inguinal bilateral. Em seguida, realizou-se orquidopexia bilateral, fixação dos testículos na bolsa subdártica e síntese por planos com reconstrução de anel inguinal superficial, finalizando com curativo e suspensório escrotal.
DISCUSSÃO
O criptorquidismo adquirido, diferente do congênito, permanece como uma anormalidade rara, principalmente a forma bilateral. Podendo ter seus números subestimados, devido à alta incidência de acidentes com motocicletas, levando a subnotificação. O paciente em estudo apresentou ao exame físico, testículos palpáveis ao nível dos anéis inguinais superficiais, coincidindo com dados da literatura, que indicam este, o local mais comum para o deslocamento testicular, em 40-50% dos casos, diferindo quanto ao aspecto doloroso, ausente no paciente em estudo. A luxação testicular pode ser bilateral, em até 30% dos casos, a maioria ocorre imediatamente após o trauma, podendo se desenvolver dias ou até semanas após, o que reforça a quantidade diminuída de casos descritos. Devido ao fato do paciente encontrar-se normal e mentalmente competente, era improvável que se tratasse de um caso congênito, além do que apresentava testículos normais no intra-operatório, sem o processo vaginal e nenhum remanescente fibroso.
Área
UROLOGIA
Instituições
UFMA - Maranhão - Brasil
Autores
Samira SOLEDADE SIlva, Hilda Mariana Costa Clementino, José hidelbland Cavalcante de Farias, Camile Gonçalves Amorim, Leandro Araújo Albuquerque, Talita Vasconcelos Silva dos Santos