TÍTULO

GOSSIPIBOMA: DEFINIÇAO, PREVENÇAO E MANIFESTAÇAO CLINICA

INTRODUÇÃO

Gossipiboma refere-se ao resultado da reação tecidual que o organismo tem contra corpos estranhos em situações pós-cirúrgicas quando algum material permanece na cavidade abdominal após conclusão do procedimento. Esses materiais, em sua maioria, são de origem têxtil, ocorrendo comumente com gazes e compressas. Os casos em que ocorrem este fenômeno ainda são subnotificados por serem considerados puramente erros médicos. Podem ocasionar, além de implicações danosas ao paciente, consequências médico-legais para os profissionais. Independente de tudo, essas eventualidades continuam acontecendo e medidas de prevenção precisam estar cada vez mais presentes na questão da vigilância da saúde afim de evitar essas complicações.

RELATO DE CASO

Pct, 30 anos, feminino, natural e residente de munícipio do interior do Maranhão. Já realizou procedimentos cirúrgicos: uma cesariana, uma apendicectomia e uma colecistectomia convencional, sendo esta a mais recente realizada em 2016. Em 2017, a paciente referiu crescimento progressivo da região do hipocôndrio direito sem quaisquer sintomas associados, negou dor, sinais flogísticos, febre e icterícia. Não procurou assistência médica, durante um ano, desde que percebeu o crescimento. No entanto, foi acometida de dor na região do hipocôndrio direito, associado a cólica abdominal seguida de evacuações diarreicas e inapetência. Ao procurar auxílio hospitalar, realizou USG que evidenciou massa intra-abdominal próximo ao leito vesicular de 5cm de diâmetro. Foi optado por tratamento clínico e recebeu alta. Em Janeiro de 2019, a paciente procurou assistência ambulatorial em Hospital de Referência em São Luís do Maranhão, com queixa de piora do quadro da dor e recidiva dos sintomas supracitados. Refere, ainda, que a dor irradiava para a loja renal, agrava com decúbito lateral E e não possuía fatores atenuantes. Realizou TC do Abdômen Superior evidenciando: processo expansivo, encapsulado com finas densidades em seu interior, medindo cerca de 10,3cm no leito vesicular. Foi, então, tratada com sintomáticos e encaminhada à Cirurgia Geral. Esperou pela internação durante dois meses para realizar procedimento cirúrgico. Foi admitida no Hospital dia 25/02/2019 e realizou a cirurgia no dia seguinte, em que foi vista a massa encapsulada no leito vesicular, aspirada a secreção interior, enviado à cultura e então exérese. A paciente apresentou evolução estável, deambulação no primeiro dia de pós-operatório, evoluindo a dieta e sem quaisquer queixas adversas. Recebeu alta no quinto dia pós-operatório.

DISCUSSÃO

O presente artigo tem como intuito reafirmar a necessidade de um reforço na prevenção dessas adversidades. Diversos estudos retrospectivos tem avaliado as consequências desse fenômeno e como prevenir. Apesar do médico ser o líder da operação, apontar essa eventualidade estritamente como erro médico é um equivoco, excluindo os casos de verdadeira negligência. Então, faz se necessária a ampliação de medidas, inclusive tecnológicas, que evitem esta complicação.