Dados do Trabalho


TÍTULO

CURVA DE APRENDIZADO DA CIRURGIA ROBOTICA NO TRATAMENTO DAS NEOPLASIAS MALIGNAS DA PELVE

OBJETIVO

Analisar a curva de aprendizado (CA) da cirurgia robótica (CR), avaliando as taxas de conversão e determinando associação entre aumento do número de procedimentos e a redução do tempo cirúrgico, além de identificar possível relação entre o índice de massa corporal (IMC) e sangramento estimado (SE) com dificuldade técnica ou conversão da CR.

MÉTODO

Pacientes submetidos à excisão mesorretal total robótica (EMTR), histerectomia robótica (HR), histerectomia radical robótica (HRR) e prostatectomia radical robótica (PRR) foram incluídos. As etapas cirúrgicas analisadas foram: tempo de doking (TD); tempo de console do cirurgião (TCC); tempo total de cirurgia (TTC). Os tempos cirúrgicos foram analisados por regressão linear e soma cumulativa (SOCUM). Competência foi definida como o primeiro ponto de virada do platô da curva e proficiência foi definida como o ponto de virada de inclinação da curva. Analise da associação e impacto do IMC nos tempos cirúrgicos os pacientes foram divididos em 2 grupos (<25kg/m2 e IMC ≥ 25kg/m2) e comparados por regressão linear e coeficiente de Spearman.

RESULTADOS

343 cirurgias robóticas realizadas por 7 cirurgiões dos Departamentos de Urologia, Ginecologia e Gastrointestinal foram analisadas: 103 EMTR por 3 cirurgiões colorretais; 55 HR e 58 HRR por 2 cirurgiões ginecológicos; 127 PRR por 2 cirurgiões urológicos. Idade, IMC e número de cirurgias não tiveram diferença estatísticas dentro das clínicas analisadas (p<0.075). Para a maioria dos cirurgiões os gráficos SOCUM exibiram 3 fases de CA refletindo competência e proficiência de cada cirurgião. O TD teve a CA mais rápida, com queda do tempo após 15 procedimentos (p<0,005). Todos os cirurgiões foram capazes de desenvolver eficiência e proficiência no TD. Os cirurgiões urológicos e ginecológicos desenvolveram CA adequada com 3 fases no TCC e TTC demonstrando competência e proficiência e tiveram menores taxas de conversão quando comparados aos cirurgiões colorretais. Os cirurgiões colorretais apresentaram queda progressiva dos tempos cirúrgicos nas análises de regressão linear (R2 = 0,312) porém não apresentaram competência e proficiência na curva SOCUM. A taxa de conversão geral foi baixa (2%) e o SE médio para todos os cirurgiões foi baixo (70ml) e não apresentou diminuição com aumento do numero de procedimentos (p<0.122). Paciente com IMC ≥25kg/m2, diferente do pressuposto, apresentaram menor TD (p<0,041) e menor SE quando comparados com paciente com IMC <25kg/m2 (p<0.020).

CONCLUSÕES

A CA da CR no tratamento das malignidades pélvicas existe e é diferente e única para cada cirurgião e especialidade. Cirurgiões urológicos e ginecológicos desenvolveram CA demonstrando eficiência e proficiência. A CR colorretal teve CA mais longa. O TD é o tempo robótico com CA mais rápida. Pacientes com IMC mais alto apresentaram menor TD e menor SE. A taxa de conversão foi baixa para todas as clínicas e cirurgiões corroborando segurança e reprodutibilidade da CR na CA.

Área

ENSINO MÉDICO

Instituições

INSTITUTO NACIONAL DO CANCER - INCA - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

DANIEL CESAR, MARCUS VALADAO, EDUARDO LINHARES, JOSE PAULO JESUS, FELIPE LOTT, GUSTAVO GUITMANN, ERICO LUSTOSA, ANTONIO CARLOS IGLESIAS