Dados do Trabalho
TÍTULO
ILEO BILIAR, UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
No abdome agudo obstrutivo causado por cálculo biliar, a comunicação da via biliar com o trato digestivo geralmente acontece pelo aparecimento de fístula colecistoentérica durante colecistite, principalmente com o duodeno, liberando cálculos biliares que podem causar uma obstrução intestinal mecânica, especialmente em íleo distal, conhecido como Ileo Biliar.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, 63 anos vem encaminhada do pronto socorro com queixa de dor intermitente em hipocôndrio direito associado a náuseas e vômitos com início há 4 meses e piora há 15 dias. Negando febre e quadro ictérico, afirmava presença de urina escurecida e parada de eliminação de fezes e flatos com a piora da dor e perda ponderal de 10kg. Seu abdome era globoso, flácido, com ruídos hidroaéreos presentes, com dor a palpação de hipogástrio associado a massa palpável no mesmo. Ausência de sinal de Blumberg, Rovsing, Giordano e Murphy. No toque retal, sem alterações na coloração e na textura.
A radiografia de abdome mostrava alças de delgado distendidas com níveis hidroaéreos, sendo optado pela realização de tomografia computadorizada para elucidação etiológica do quadro obstrutivo. Na TC, fora observado distensão de alças, bem como imagem radiopaca a nível de íleo compatível com calcificação, ovalada com semelhança a imagem em alvo, sendo ela o ponto de stop do trânsito intestinal, com afilamento de alças a jusante de sua localização.Optou-se por intervenção cirúrgica com laparotomia de incisão mediana onde evidenciou-se grande distensão de alças de delgado e ponto de obstrução a 280cm do ligamento de Treitz por estrutura ovalada e endurecida. Realizado enterotomia de 3cm para retirada da estrutura e restabelecimento de transito intestinal com rafia em plano único. Sem demais complicações, paciente retornou a enfermaria recebendo dieta liquida no segundo dia pós operatório e alta no sétimo.
DISCUSSÃO
A colelitíase é uma das doenças mais frequentes entre os adultos ocidentais com prevalência entre 10% a 15% na população como um todo, sendo 400% mais frequente nas mulheres. Sendo 80% dos casos assintomáticos, a colelitíase não tratada pode levar a complicações, como quadro inflamatório (colecistite), obstrução de via biliar (coledocolitiase), migração para via pancreática causando pancreatite e formação de fistulas, tanto colecistobiliares como bilioentéricas. (GIOVANNA et al, 2018) O cálculo deve ser maior que 2 cm de diâmetro para causar obstrução e o quadro clínico varia de acordo com o local onde se impacta. Temos síndrome de Barnard, onde o cálculo se impacta na válvula ileocecal causando um quadro clássico de obstrução intestinal caracterizado por distensão abdominal, parada de eliminação de fezes e flatos e vômitos e a síndrome de Karewsky, caracterizada por dor abdominal originada pelo trânsito dos cálculos pelo intestino. (SALAZAR, 2018). A intervenção cirúrgica é o recurso resolutivo mais empregado no quadro, tendo uma alta eficácia com limitadas complicações
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
PUC SOROCABA - São Paulo - Brasil
Autores
Thiago Silva Cornelio, Raissa Teixeira Rosalino, Tauany Torres, Tales Barione Reginaldo, Pedro Victor Calvo Salles, Marcio Willian de Oliveira Candido, Jose Mauro da Silva Rodrigues