Dados do Trabalho


TÍTULO

FISTULA PANCREATICOPLEURAL- RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

RELATAR UM CASO DE DE FÍSTULA PANCREATICOPLEURAL, ALEM DE TRAZER UMA BREVE REVISÃO SOBRE O DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DESTA RARA COMPLICAÇÃO DAS PANCREATITES CRONICAS

RELATO DE CASO

PACIENTE MASCULINO, 50 ANOS, ADMITIDO COM DISPNEIA AOS PEQUENOS ESFORÇOS E DOR NO HEMITÓRAX ESQUERDO COM UMA SEMANA DE EVOLUÇÃO, ASSOCIADO A DOR EM QUADRANTE SUPERIOR DO ABDOME. HISTORIA DE ETILISMO, DIAGNOSTICO DE PANCREATITE CRONICA E DIABETES MELLITUS. O PACIENTE APRESENTAVA-SE EM REGULAR ESTADO GERAL, POSIÇÃO ANTÁLGICA E TAQUIDISPNÉIA. O EXAME PULMONAR MOSTROU REDUÇÃO DA EXPANSIBILIDADE TORÁCICA, USO DA MUSCULATURA ACESSÓRIA, MURMURIO VESICULAR DIMINUÍDO A ESQUERDA COM MACICEZ A PERCUSSÃO. REALIZADO RADIOGRAFIA DE TÓRAX QUE EVIDENCIOU VELAMENTO EM HEMITÓRAX ESQUERDO, COMPATÍVEL COM DERRAME PLEURAL. TOMOGRAFIA DE TÓRAX EVIDENCIOU DERRAME PLEURAL VOLUMOSO A ESQUERDA, TOMOGRAFIA DE ABDOME EVIDENCIOU CALCIFICAÇÕES PANCREÁTICAS. REALIZADO TORACOCENTESE COM DRENAGEM DE 1.600 ML DE LIQUIDO AMARELO-ESVERDEADO, COM MELHORA IMEDIATA DO PADRÃO RESPIRATÓRIO DO PACIENTE.A ANALISE BIOQUIMICA DO LIQUIDO PLEURAL DEMONSTROU PH 7,20 LDH DE 2244U/L, PROTEINAS DE 4,1 MG/DL E GLICOSE 60 MG/DL. A SEGUIR, FOI REALIZADA A DRENAGEM TORÁCICA EM SELO D`ÁGUA. APÓS A CONFIRMAÇÃO DE QUE SE TRATAR DE UMA FÍSTULA PANCREATICOPLEURAL, FORAM INICIADOS OCTREOTIDE, NUTRIÇÃO PARENTERAL TOTAL, ALÉM DO JEJUM POR VIA ORAL. APOS SETE DIAS DE TRATAMENTO, FOI INTRODUZIDA DIETA VIA ORAL E SUSPENSO O OCTREOTIDE. O PACIENTE APRESENTOU BOA EVOLUÇÃO COM TRATAMENTO CONSERVADOR , SEM RECIDIVA DO DERRAME. O DRENO TORÁCICO FOI RETIRADO, E O PACIENTE RECEBEU ALTA EM BOAS CONDIÇÕES PARA ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL

DISCUSSÃO

A FÍSTULA PANCREÁTICOPLEURAL É UMA CONDIÇÃO INCOMUM. RECENTE REVISÃO DA LITERATURA DESCREVEU 26 ESTUDOS PUBLICADOS SOBRE O ASSUNTO NOS ÚLTIMOS 20 ANOS. FORAM 22 RELATOS DE CASOS, QUATRO SÉRIES DE CASOS, ENGLOBANDO UM TOTAL DE 40 PACIENTES. NÃO HA ESTUDOS PROSPECTIVOS QUE INDIQUEM O MELHOR TRATAMENTO. ESSA CONDIÇÃO É MAIS COMUM EM PACIENTES COM PANCREATITES CRONICAS E EM 70% DOS CASOS ESTA ASSOCIADO A PSEUDOCISTO PANCREÁTICO. O TRATAMENTO NÃO OPERATÓRIO INCLUI NUTRIÇÃO PARENTERAL E O OCTREOTIDE VISANDO DIMINUIR O ESTIMULO AO PÂNCREAS, O TRATAMENTO ENDOSCÓPICO VISA COLOCAÇÃO DE ENDOPRÓTESE TRANSPAPILARES, APÓS DILATAÇÃO COM BALÃO, ESTAS OCLUEM A RUPTURA DUCTAL, DIMINUINDO A PRESSÃO INTERNA DO DUCTO PANCREÁTICO, POSSIBILITANDO O FECHAMENTO DA FÍSTULA. O TRATAMENTO CIRÚRGICO É INDICADO EM CASOS DE FALHA DOS TRATAMENTOS CLÍNICOS/ENDOSCÓPICOS, O TIPO DE PROCEDIMENTO É DETERMINADO DE ACORDO COM A PORÇÃO PANCREÁTICA ACOMETIDA, E PELA ANATOMIA DO DUCTO PANCREÁTICO , PRINCIPALMENTE O GRAU DE DILATAÇÃO.
A FÍSTULA PANCREATICOPLEURAL É UM ACHADO RARO, QUE DEVE SER SUSPEITADO EM PACIENTES COM HISTÓRIA DE PANCREATITES CRONICAS, NA VIGÊNCIA DE QUADRO CLINICO E RADIOLÓGICO DE DERRAME PLEURAL. O TRATAMENTO CONSERVADOR É EFETIVO EM CERCA DA METADE DOS CASOS, CONTUDO O ÍNDICE DE RECORRÊNCIA É ELEVADO

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

HOSPITAL AUGUSTO DE OLIVEIRA CAMARGO - São Paulo - Brasil

Autores

JUBERT MAGALHAES LIMA, LEONARDO MACIEL DA FONSECA, TIAGO VANDALETI