Dados do Trabalho


TÍTULO

TRAUMA TORACICO FECHADO COM HERNIA DIAFRAGMATICA DIREITA

INTRODUÇÃO

Relato de caso de hérnia diafragmática traumática direita pós trauma fechado de alta energia com descolamento de todo diafragma desenvolvendo tardiamente atelectasia pulmonar total e insuficiência respiratória com evisceração do fígado ocupando todo espaço do hemitórax direito. Acontecem em 19% das rupturas do lado direito sendo explicada pela contenção e proteção do fígado ao hemidiafragma.

RELATO DE CASO




PMS, 13 anos, masculino, motociclista, trazido pelo resgate pós colisão lateral, moto x automóvel, em alta velocidade, durante perseguição policial. Na admissão murmúrio vesicular diminuído a direita, saturando 98% em ar ambiente, FC 102 bpm, PA 130x80 mmHg, Glasgow 14, abdome indolor, bacia instável, escoriações e hematomas em tórax até coxa esquerda, rotação lateral do MIE. Realizado tomografia computadorizada de corpo inteiro, sendo achados: laceração hepática grau IV, laceração renal grau III bilateral, disjunção da sínfise púbica e sacroilíaca esquerda. Indicado via aérea definitiva sendo entubado e mantido em respiração mecânica. Optado por tratamento conservador abdominal e fixação externa da bacia pela ortopedia. Manteve-se entubado na Unidade de Terapia Intensiva por 23 dias apresentando insuficiência respiratória com atelectasia de todo pulmão a direita após sua extubação. Submetido a tomografia computadorizada de tórax visualizando-se herniação do fígado para o hemitórax direito, atelectasia do pulmão direito e com desvio do mediastino para esquerda. Indicado tratamento cirúrgico sendo submetido a laparotomia exploradora com ampliação para toracotomia direita sendo evidenciado diafragma totalmente desinserido e dobrado sobre si mesmo a 3 cm da linha média direita. Fixado em toda sua extensão com pontos em “X” de nylon 2.0 transpassando anteriormente pela costela e fixada na borda desinserida do diafragma. Mantido em respiração mecânica por mais 21 dias com boa expansão pulmonar e contenção do fígado infra diafragmático. Alta hospitalar no 60 pós-operatório.

DISCUSSÃO

Ocorre devido gradiente de pressão entre as cavidades torácica e abdominal no instante do trauma, dotada de altas taxas de morbi-mortalidade. Incidência global de 0,8 a 5,8% estando em mais de 94% associada a múltiplas lesões (torácica, hepáticas, esplênicas, pelve e craniana). São mais comuns a esquerda. Apesar da melhora da acurácia dos métodos de imagem, 10% a 30% das lesões diafragmáticas não são diagnosticadas. Ainda que o diagnóstico possa ser difícil na fase aguda do trauma, lesões diafragmáticas devem ser sempre investigadas, uma vez que a evolução para a fase crônica está associada à presença de complicações e aumento da mortalidade.

Área

TRAUMA

Instituições

HOSPITAL ESTADUAL VILA ALPINA - SECONCI-OSS - São Paulo - Brasil

Autores

MÁRIO LUIZ QUINTAS, VITÓRIA SOUZA OLIVEIRA, CAMILA MIE KAWATA YOSHIDA, GABRIEL CADIDÉ MELO, GUSTAVO LIMA NEVES, CAMILA COSTA SILVA, BEATRIZ TEBALDI CARVALHO, MATHEUS ESTIDES RODRIGUES FARIA SOUZA