Dados do Trabalho


TÍTULO

LEIOMIOMATOSE PERITONEAL E SUA TERAPEUTICA CIRURGICA

OBJETIVO

Analisar e relatar à comunidade acadêmica os aspectos clínicos e a conduta cirúrgica em casos de Leiomiomatose Peritoneal Disseminada (LPD).

MÉTODO

Foi feito um levantamento bibliográfico acerca do tema, realizado em março de 2019. Foram incluídos artigos publicados entre os anos de 2007 e 2017, indexados nas bases de dados SCIELO e BVS, em português, espanhol e inglês, utilizando os descritores “Leiomiomatose peritoneal” e “histerectomia”. A amostra final foi constituída por 8 artigos.

RESULTADOS

A LPD é uma doença rara de tumores benignos e de evolução lenta que surge na superfície peritoneal e pode atingir qualquer localização anatômica. Foi descrita pela primeira vez em 1939 por Steiner, e de acordo com a revisão de Awonuga et. al. (2010), apenas cerca de 150 casos foram documentados na literatura. Apesar de a enfermidade não ter a etiopatogenia bem definida, é comprovado o carácter hormono-dependente, visto que a maioria dos casos são descritos em mulheres em idade reprodutiva, se destacando as que fazem um longo uso de anticoncepcional, bem como gestantes e pacientes com tumores da granulosa. Essa afecção geralmente é reconhecida por acaso e é assintomática, podendo apresentar dor abdominal leve e difusa no início, tornando-se progressivamente localizada na fossa ilíaca. Os exames complementares de imagem desempenham um papel importante no diagnóstico, em especial a ultrassonografia, a ressonância magnética e a tomografia computadorizada. Lembrando de considerar os possíveis diagnósticos diferenciais, visto que os achados apresentam semelhança com a carcinomatose peritoneal e outras doenças malignas. É importante salientar que o diagnóstico definitivo requer o estudo histológico. Apesar de ainda não ter sido estabelecida uma terapêutica ideal da LPD e geralmente o tratamento ser conservador através do uso de agonistas do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), MOREIRA(2013) afirma que o tratamento de 1º escolha deve ser a ressecção primária das massas tumorais, e em mulheres com nódulos recorrentes e/ou sem intenções reprodutoras, a histerectomia total e salpingo-ooforectomia bilateral. Entretanto, em 2017, García afirmou que a supressão do GnRH deve ser a medida priorizada. Portanto, o ideal é que o tratamento seja individualizado, levando em consideração a idade, o tamanho das lesões, os desejos para a concepção e a sintomatologia da paciente.

CONCLUSÕES

A LPD é uma patologia multifatorial na qual estão envolvidos fatores genéticos e hormonais. Dado o caráter assintomático, seu diagnóstico constitui um desafio para a medicina, sendo frequentemente um achado acidental. A maior parte dos casos reportados corresponde à mulheres jovens com diagnóstico na gravidez ou durante cirurgia abdominal e àquelas com história prévia de miomas uterinos, miomectomia e histerectomia. O tratamento deve ser individualizado para cada mulher, visto que as opções terapêuticas englobam desde a supressão do GnRH a histerectomia com ooforectomia.

Área

GINECOLOGIA

Instituições

Faculdade de Medicina Nova Esperança - FAMENE - Paraíba - Brasil

Autores

Lorenna Torres Andrade da Nóbrega, Mariane Costa Dias Lins, Arthur Guilherme Dantas de Araújo, Brenda Ribeiro Siqueira, Juliane Freire Madruga Viana, Maria Beatriz Henrique Borba, Maria Carolina Sarmento de Matos, Marcos Aurélio Martins Travessa