Dados do Trabalho


TÍTULO

APRESENTAÇÃO TARDIA DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA À DIREITA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A hérnia diafragmática congênita é um defeito embriológico ocasionado pelo não fechamento do canal pleuroperitoneal, durante o desenvolvimento embrionário (Forame de Bochdalek), promovendo defeito de descontinuidade no músculo diafragmático e propiciando a passagem de estruturas intra-abdominais para a cavidade torácica, o que leva à compressão e hipoplasia pulmonar. É a anomalia diafragmática mais comum e ocorre, usualmente, no seu segmento póstero-lateral, com maior frequência no lado esquerdo (85 a 90% dos casos) e pode estar associada a outras anomalias congênitas. Estima-se que 14% delas são diagnosticadas após o período neonatal e estes pacientes apresentam melhor prognóstico. A saber, a terapêutica preconizada é cirúrgica. Assim sendo, salienta-se a apresentação rara do caso em discussão, por se tratar de criança diagnosticada tardiamente, aos 4 anos de idade, com hérnia diafragmática, à direita (lado acometido apenas em 5 a 10% dos casos).

RELATO DE CASO

Paciente masculino, aos 4 anos de idade, apresentando dispneia moderada e tiragem intercostal com antecedente de sintomas respiratórios recorrentes (infecção de vias aéreas superiores), sem internações prévias. A radiografia de tórax evidenciou imagens sugestivas de alças intestinais em hemitórax, à direita. Realizada tomografia computadorizada de tórax, a qual identificou herniação de alças intestinais para o hemitórax direito, com fígado em posição abdominal. Optou-se pela realização de toracoscopia com utilização de quatro trocaters (ótica de 5 mm e instrumentais de 3 mm), sem intercorrências, com fechamento primário do defeito diafragmático com pontos separados de Ethibond 2.0. Paciente apresentou boa evolução pós-operatória.

DISCUSSÃO

Pacientes com hérnia diafragmática congênita, menos frequentemente, podem apresentar sintomas tardios, sendo diagnosticados após o período neonatal, como no caso em discussão. Apenas 5 a 10% dos casos ocorrem à direita, portanto, é notória a apresentação rara do quadro do paciente a que se refere. O tratamento da afecção é cirúrgico e pode ser realizado por videocirurgia (laparoscopia ou toracoscopia), o que promove menor trauma cirúrgico e dor pós-operatória, assim como menor tempo de internação, em conformidade com o caso de apresentação rara relatado.

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CUIABÁ - Mato Grosso - Brasil

Autores

CAMYLA LEMOS BUDIB, JOAQUIM PLÁCIDO DE FREITAS ALVES, CAROLINE VILELA MARIN, ANA PAULA LAVOYER DE ARAÚJO, DJULLIAN BALDI, KAMILA BARBOSA BORGES CORTES, LETICIA SALES PAVINI, CARLOS AUGUSTO LEITE DE BARROS CARVALHO