Dados do Trabalho
TÍTULO
METASTASE OSSEA EM CANCER DE COLON: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O câncer colorretal (CCR) é uma doença bastante comum, sendo o quarto câncer mais incidente no mundo e o segundo mais prevalente. Embora a mortalidade venha caindo nas últimas décadas, entre os cânceres, ele é a terceira maior causa de morte mundial. Na maioria dos casos iniciais não há sintomas, o diagnóstico é realizado através de screening. Entretanto, a maioria é diagnosticada após o surgimento de sintomas. Os sintomas podem ser locais (alteração de hábito intestinal, sangramento, dor abdominal) ou associados a sítios distantes de metástases. Estas ocorrem principalmente em fígado, pulmão, e, raramente, em ossos e cérebro.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo masculino, 71 anos, portador de artrite reumatoide, em maio/2017 apresentou quadro de dor abdominal e sintomas semi-oclusivos. Após ser submetido a colonoscopia com biópsia, foi diagnosticado adenocarcinoma de cólon ascendente com células em anel de sinete e tratado com hemicolectomia direita alargada videolaparoscópica e quimioterapia durante oito meses. Em novembro/2018, apresentou alteração no hábito intestinal, descrita como constipação progressiva e dor abdominal difusa. Foi detectada recidiva em sigmoide, em retosigmoidoscopia, com lesão estenosante. A ressonância magnética de abdome e da pelve revelou nódulos com sinal hipodenso em T1 e hiperdenso em T2, difusos em múltiplos corpos vertebrais toracolombares, no sacro e nos ossos ilíacos (possíveis implantes neoplásicos). Foi realizada tomografia por emissão de pósitrons com pet/ct e fdg que evidenciou área de aumento difuso do metabolismo glicolítico no sigmoide, provável processo primário, e áreas de aumento de metabolismo glicolítico em linfonodos/linfodenomegalia na cadeia ilíaca externa direita e lesões ósseas líticas na coluna vertebral, sacro, ossos da bacia, úmeros, arcos costais, escápulas, esterno, clavícula esquerda, fêmur direito (prováveis processos secundários). O paciente foi submetido a retosigmoidectomia. Estudo anatomopatológico revelou a presença de carcinoma de células em anel de sinete, caracterizada pela infiltração da camada muscular própria por neoplasia intraepitelial constituída de células grandes, descoesas, com nucléolos conspícuos e núcleo rechaçado para periferia, além da presença de mitoses atípicas. Durante o pós-operatório evoluiu com necrose de cólon abaixado e peritonite. Paciente foi reabordado, submetido a colectomia total e encaminhado para tratamento quimioterápico.
DISCUSSÃO
Metástases ósseas são raras e pouco documentadas na literatura. São mais oriundas do câncer retal do que do cólon (1.2% contra 0.8%) e mais comuns em homens. O tipo histológico de células em anel de sinete também é raro, o que limita a análise de tratamentos e prognósticos possíveis, não havendo um consenso no tratamento radioterápico. Pacientes com metástases ósseas possuem um pior prognóstico, podendo apresentar sintomas relacionados ao esqueleto e diminuindo bastante a qualidade de vida, sendo o manejo de suporte importante para melhorá-la.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
UFC - Ceará - Brasil
Autores
Marcelo Mendes Ribeiro, Milena Macedo de Sousa, Patrick Castelo Branco Ramada Campos, Davi di Cavalcanti Sampaio, Virgínia Brasil Dantas Feitosa, Breno Wellington Mesquita Silveira, Lessandra Muniz Diógenes de Lemos, Benjamin Ramos de Andrade Junior