Dados do Trabalho


TÍTULO

Tumor Neuroendócrino de Intestino Delgado: Relato de Caso

INTRODUÇÃO

Os tumores neuroendócrinos (TNE) são originados de células enterocromafins do trato gastrintestinal, cujas são originárias de células-tronco pluripotentes neuroendócrinas, que se dispersam pelo corpo. De acordo com a OMS, o TNE apresenta dois tipos de células: um de origem nervosa (baixo potencial de malignidade) e outro de origem epitelial (alto potencial de malignidade), essa última formadora do parênquima tumoral e existente em algumas glândulas endócrinas (pituitária, tireoide, paratireoide). O TNE é classificado de acordo com as partes do trato digestivo: parte anterior (brônquios, estômago, duodeno, pâncreas), parte média (jejuno, íleo, apêndice, cólon ascendente e transverso) e parte posterior (cólon distal e reto). Os locais mais comuns de TNE são pulmões, reto, jejuno e íleo. O TNE de intestino delgado é raro e tem bom prognóstico. Sua incidência aumentou em 365%2 nos últimos 30 anos nos EUA devido as melhores técnicas diagnósticas, contudo, é comum o diagnóstico tardio, visto que os tumores primários são menores e assintomáticos, até que esses se expandem levando a obstrução parcial, tendo como consequências dor abdominal, sangramento ou metástase.

RELATO DE CASO

Paciente 75 anos, feminino, com queixa de dor abdominal e mudança no padrão evacuatório há 1 mês. Realizou USG de abdome total com presença de múltiplas nodulações hepáticas. Na TC de abdome com contraste foi evidenciada tumoração no mesogástrio, envolvendo o íleo e ovário direito. Foi submetida à laparotomia exploradora, com realização de enterectomia segmentar com anastomose primária. A biópsia da peça cirúrgica identificou tumor neuroendócrino bem diferenciado de delgado grau 2 e estágio IV (acometimento de linfonodos regionais e fígado). Atualmente, paciente segue em acompanhamento no ambulatório de Oncologia em uso de Octreotida, aguardando imunohistoquímica de biópsia de delgado e em investigação de neoplasia de mama.

DISCUSSÃO

As neoplasias do intestino delgado são raras, representando 2-3% das neoplasias gastrointestinais. O TNE bem diferenciado apresenta um melhor prognóstico (67% de sobrevida). O diagnóstico é tardio devido a um quadro de sintomas inespecíficos. Na paciente do caso, as queixas de diarreia, obstrução intestinal, cólicas e dor abdominal intermitente podem fazer parte do quadro. O TNE de intestino delgado tem alto poder de malignidade e é indolente, podendo estar acompanhado de sítios de metástase para o fígado, mesentério e peritônio. O diagnóstico é clínico e envolve o estadiamento por meio de exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética. O tratamento indicado para tumores não funcionantes, diferenciados, com sintomatologia e menores que 2 cm (no presente caso foi de 1,5 cm) é a ressecção cirúrgica e gera um melhor prognóstico para o paciente, como ocorreu no caso citado e deve ser realizado em conjunto com o uso de terapias medicamentosas para controle do tumor.

Área

INTESTINO DELGADO

Instituições

centro universitario de brasilia - Distrito Federal - Brasil

Autores

Camilla Gatto de Oliveira Thomé , Caroline Barreto Cavalcanti, Patrícia Kimura de Lima Name , Sávio Arlindo Coelho Barbosa , Rachel Gonçalves Nihari, Pedro Paulo Gatto de Oliveira Thomé , Wendel dos Santos Furtado