Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL (GIST) DO TIPO FUSOCELULAR: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Os tumores estromais gastrointestinais (GIST) são raras neoplasias gastrointestinais (1-2%) que podem estar em qualquer parte do trato gastrintestinal. São mais comuns no estômago, no intestino delgado e no cólon/reto. Esses ocorrem mais em adultos acima de 50 anos e idosos. A apresentação clínica depende do local, tamanho e crescimento tumoral, tendo sintomas inespecíficos. A biópsia tumoral é indicada na suspeita de diagnósticos diferenciais ou quando há necessidade de tratamento neoadjuvante. O tratamento é feito por meio da ressecção cirúrgica, podendo ou não ser seguido por quimioterapia.

RELATO DE CASO

Paciente 56 anos, masculino, há 5 dias apresentou queixa de astenia, dificuldade de se alimentar e deambular, negando vômitos, febre ou dispneia. À admissão apresentava exames laboratoriais com leucocitose de 19.700, 1% de bastões, hemoglobina de 5,1, hematócrito de 16%, plaquetas de 490.000. O paciente evadiu do hospital e regressou, após um dia, queixando-se de hematêmese, melena, dor em baixo ventre, fraqueza e lipotímia. Foi realizada EDA com biópsia gástrica. EDA evidenciou grande lesão submucosa gástrica com ulceração central podendo corresponder a GIST e lesão submucosa em corpo gástrico, além de realizar tomografia de abdome que demonstrou formação nodular polipóide levando à invaginação do fundo gástrico para a região do corpo gástrico. Foi submetido à gastrectomia parcial atípica de fundo gástrico por laparotomia exploradora com ressecção de lesão pediculada em fundo gástrico. De acordo com o resultado da anatomia patológica trata-se de neoplasia fusocelular medindo no maior eixo tumoral 6,5cm, celularidade moderada, não evidenciado necrose, 4 mitoses/campo (baixo grau), margens livres, invasão vascular e necrose não evidenciadas. Atualmente, paciente segue em acompanhamento com a oncologia.

DISCUSSÃO

O GIST decorre do crescimento da musculatura própria do trato gastrintestinal devido a alterações nas células de Cajal, cujas são células-tronco mesenquimais pluripotentes controladoras da motilidade intestinal. O GIST gástrico é o mais comum (60% dos GISTs) cursando com a menor incidência de sintomas agudos/emergenciais, além de ter o prognóstico mais favorável. O quadro clínico depende do local acometido e crescimento tumoral. O GIST gástrico tem como principais sintomas a hematêmese, melena, anemia, fadiga, dor abdominal, tal como ocorre no paciente do caso, e outros como náuseas/vômitos, massa abdominal, distensão abdominal, constipação e diarréia. O método diagnóstico mais usado é a tomografia de abdome para visualização de massas ou metástase, sendo a biópsia tumoral por endoscopia feita quando a lesão é acessível, como é a do caso. O tratamento para os GISTs gástricos ≥ 2 cm e localizados é a ressecção cirúrgica em cunha ou segmentar com margens negativas, como realizado no presente caso, tendo uma taxa de cura de 60%, não sendo necessário dissecção dos linfonodos por raras chances de metástase (< 5 mitoses/campo e <10cm).

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

Centro Universitário de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Caroline Barreto Cavalcanti, Camilla Gatto de Oliveira Thomé, André Luiz de Aquino Carvalho, Victor Paiva Pires, Wendel dos Santos Furtado