TÍTULO

ESTENOSE AORTICA EM PACIENTES INOPERAVEIS: NOVA ALTERNATIVA PARA MANEJO DO PACIENTE

OBJETIVO

A estenose aórtica (EAo) é a obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo pela calcificação das estruturas valvares, associada ou não à fusão das comissuras da valva aórtica. O tratamento indicado para EAo grave é cirúrgico: a troca da valva aórtica por uma prótese, biológica ou metálica. Todavia, pacientes com comorbidades que aumentam o risco cirúrgico tornam-se inviabilizados dos benefícios da cirurgia por via aberta, devido ao alto índice de complicação intra e pós operatória, apresentando-se como alternativa terapêutica o implante por cateter de bioprótese valvar. Esse procedimento vem ganhando adesão, fazendo-se necessário uma comparação com o método clássico e análise de sua eficácia.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão de literatura após a seleção de 6 artigos científicos encontrados no banco de dados do PubMed, Scielo, nas línguas inglesa e portuguesa, através da busca com as seguintes palavras chaves: estenose aórtica, troca valvar e valvulopatía aórtica.

RESULTADOS

O implante por cateter de bioprótese valvar é um procedimento seguro e eficaz para tratamento do grupo de paciente com comorbidades que resultam em alto risco cirúrgico para troca de valva aortica por via aberta. De acordo com Gaia (2010), estudos com uso de protótipos em casos considerados sem alternativa cirúrgica convencional foram conduzidos em 2003 e 2004, sob os nomes de I-REVIVE (Initial Registry of Endovascular Implantation of Valves in Europe) e RECAST (Registry of Endovascular Critical Aortic Stenosis Treatment). Nesse estudo, o sucesso inicial do procedimento foi de 75%, com elevação da área valvar de 0,6 cm2 para 1,6 cm2, redução do gradiente transvalvar médio de 37 para 9 mmHg e melhora da fração de ejeção de 45% para 53%. A mortalidade em 30 dias foi de 23% e a taxa de eventos cardiovasculares maiores de 26%. A partir disso, já possível perceber os avanços quanto ao benefício da intervenção, ainda que e as taxas de insucesso sejam relevantes. No estudo randomizado PARTNER, utilizando a bioprótese Edwards-SAPIEN, os resultados são animadores, a mortalidade após um ano de tratamento em pacientes inoperáveis foi reduzida de aproximadamente 50% com o tratamento clínico convencional para 30% com o implante por cateter de bioprótese. Nos casos considerados de alto risco cirúrgico, o implante por cateter apresentou mortalidade após um ano equivalente àquela obtida com o tratamento cirúrgico, demonstrando que o implante por cateter é uma excelente opção terapêutica para essa população.

CONCLUSÕES

A substituição valvar aórtica por via percutânea é o procedimento de escolha em pacientes portadores de estenose valvar aórtica ou disfunção de biopróteses sintomáticos e com gradiente transvalvar elevado. Este procedimento é muito bem determinado na literatura e seus resultados consistentes e favoráveis, mesmo em grupos etários elevados e pacientes com múltiplas comorbidades.