Dados do Trabalho
TÍTULO
RETIRADA DE CORPO ESTRANHO DE ESOFAGO: QUANDO NAO FAZER POR VIA ENDOSCOPICA
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a frequência com que os pacientes que ingerem corpos estranhos procuram os serviços de urgência e emergência, assim como identificar as situações em que a retirada pela via endoscópica é contra indicada , sendo necessária a abordagem por profissional qualificado.
RELATO DE CASO
G.A , 53 anos, masculino, deu entrada no serviço de cirurgia geral da Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa , via transferência de outra unidade, com relato de há cerca de 03 dias ter ingerido acidentalmente sua prótese dentária. O mesmo relata que no dia do fato ocorrido, procurou o serviço de urgência do seu município, onde foi realizado radiografia de tórax, em PA e Perfil, identificando o corpo estranho no esôfago proximal. O paciente foi encaminhado para o hospital de referência no mesmo dia, sendo internado e solicitada endoscopia digestiva alta, que só pode ser realizada no outro dia. Após 24 horas de ter ingerido o corpo estranho, o paciente foi submetido à endoscopia digestiva alta que evidenciou corpo estranho metálico aderido à mucosa esofágica, com tentativas ineficazes de retirada; o próprio serviço de endoscopia sugeriu que o paciente fosse encaminhado à unidade hospitalar , para o serviço de cabeça e pescoço ou toráx. O paciente permaneceu na unidade hospitalar aguardando transferência . Após 72 horas de evolução, devido ao risco de perfuração e infecção, a rotina do hospital disponibilizou vaga de transferência para a Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa onde o serviço de cirurgia torácica solicitou nova radiografia de tórax PA e perfil, nova endoscopia digestiva alta que também confirmou a dificuldade da remoção devido aderência na musculatura esofágica. O paciente foi submetido a cervicotomia para exerese do corpo estranho.
DISCUSSÃO
Atualmente muitos serviços públicos de saúde não estão equipados para atender urgências referentes a ingestão de corpos estranhos. A realização de radiografia simples pode evidenciar, na maioria dos casos, a presença desses corpos estranhos, de acordo com o material como por exemplo, metais e ossos. A endoscopia digestiva alta é o exame de escolha para a visualização direta, e também o método de retirada mais eficaz e de menor risco para o paciente, uma vez que deve ser realizado sob sedação, em poucos minutos; porém algumas limitações podem ocorrer, principalmente referente ao tempo de chegada do paciente e o tempo da realização do exame, assim como a experiência e habilidade do médico endoscopista. De acordo com os estudos da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, quanto mais precoce for o atendimento para retirada de corpos estranhos, menor a chance de aderências, perfurações e infecções. A abordagem cirúrgica deve ocorrer apenas, quando a tentativa por via endoscópica é inviável e deve ser realizada por profissional qualificado por se tratar de área de acesso anatômico peculiar. O paciente deve permanecer sob vigilância da equipe no pós operatório e a dieta instalada paulatinamente.
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Alessandra Patricia Rafael, Marcos Alexandre Balieiro, Rubia Bianchini Freitas