Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO: CARCINOMA NEUROENDOCRINO DE APENDICE

INTRODUÇÃO

O tumor neuroendocrino de apendice corresponde à 0,5% das neoplasias gastrointestinais e são encontrados em 1% das apendicectomias. A maioria dos casos se apresentam como quadro de abdome agudo, na forma de apendicite aguda, e o diagnóstico de tumor neuroendócrino é um achado anatomopatológico após apendicectomia. O presente relato visa descrever sobre uma paciente da Serra Catarinense que apresentou essa patologia e discutir as condutas tomadas diante dessa paciente.

RELATO DE CASO

Paciente B.F, 23 anos, feminina, vem para serviço de referencia cirurgia após quadro de dor abdominal em fossa ilíaca direita (FID), vomitos e inapetencia de inicio há aproximadamente 2 dias com piora progressiva. Ao exame físico trazia de notável sinal de blumberg e rovsing positivos.
Paciente submetida à apendicectomia sem intercorrencias, já evidenciando apêndice cecal anômalo e peça encaminhada ao serviço de Patologia para anatomopatologico.
Após aproximadamente 10 dias, recebido o anatomopatologico evidenciando Neoplasia neuroendócrina do apêndice pT3pn0M0 com margens cirurgias comprometidas, realizado busca ativa na paciente a qual é encaminhada ao serviço referência de oncologia e submetida a hemicolectomia direita e linfadenectomia, com resultado de anatomopatologico sem evidências de malignidade. Após, paciente encaminhada ao serviço de oncologia clínica no qual segue acompanhamento.

DISCUSSÃO

O Tumor neuroendócrino (TNE) de apêndice é um tumor raro (porém sendo o segundo sítio mais comum de tumores neuroendócrinos no aparelho digestivo) estima-se a incidência em 0,12/100.000/ano, com prevalência no sexo feminino na faixa etária adulta, corresponde à 0,5% das neoplasias gastrointestinais e são encontrados em 1% das apendicectomias. A maioria dos casos se apresentam como quadro de abdome agudo, na forma de apendicite aguda, e o diagnóstico de tumor neuroendócrino é um achado anatomopatológico após apendicectomia.
Os tumores neuroendócrinos de apêndice geralmente possuem um comportamento de crescimento lento e de baixa malignidade, assim, excepcionalmente caracterizando uma síndrome carcinoide, o que as diferencia dos tumores neuroendócrinos de intestino que são mais agressivos. Pacientes portadores de TNE apendicular possuem risco 29% maior de desenvolver neoplasia sincrônicas ou metacronicas, não sendo exclusivo do trato gastrointestinal. Devido a esse risco aumentado, é necessário rastreamento para outras neoplasias nesses pacientes
Em relação ao tratamento cirúrgico de TNE de apêndice, quando menor de 2 centímetros, localizado no ápice do apêndice e sem invasão de mesoapêndice a cirurgia tem intenção curativa. Também há a possibilidade de uma hemicolectomia direita indicada quando: diâmetro tumoral maior que 2 centímetros, invasão profunda do mesoapêndice, margens cirúrgicas positivas.
Estadiamento em pacientes tratados deve ser mantido para o resto da vida, e nos primeiros 5 anos semestralmente, sendo necessários exames de imagens e laboratoriais.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

HOSPITAL TEREZA RAMOS - Santa Catarina - Brasil

Autores

FRANCISCO ANTONIO SANTOS GRAZZIOTIN, PAULO CESAR DA COSTA DUARTE, RUMMENIG FERREIRA DESIDERIO, RAMON DAL LANHO DE OLIVEIRA, BARBARA ELIAS PRADO, NICOLE BAIRROS SILVA, GUSTAVO CHIARADIA RIBEIRO DUARTE, JOSE EMILIO DE ARAUJO MENEGATTI