TÍTULO

ABORDAGEM CIRURGICA DE CALCULO CORALIFORME: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Os cálculos coraliformes são cálculos que ocupam total ou parcialmente a pelve renal em vários ou todos os cálices. Eles são formados, em sua maioria, por estruvita (fosfato de amônio magnesiano) e/ou carbonato de cálcio. Grande parte dos cálculos permanece infectada assim, há associação com infecções do trato urinário e risco de desenvolver sepse. Os cálculos coraliformes podem crescer rapidamente e, na ausência de tratamento, deterioram progressivamente a função renal, levando a doença renal terminal. A terapia intervencionista é mandatória.

RELATO DE CASO

F.C.N, 36 anos, sexo masculino, é admitido em Hospital Público do Distrito Federal com lombalgia intensa e hematúria há três dias. Relato de internações prévias com quadro semelhante e infecções urinárias de repetição. Ao exame, apresentava sinal de Giordano bilateralmente. Foi submetido a tomografia de abdome sem contraste que evidenciou cálculo coraliforme no grupamento caliciano inferior do rim direito de cerca de 30 mm e microlitíase menor que 2 mm no grupamento caliciano superior do rim esquerdo. Evoluiu com dor refratária à analgesia otimizada. As técnicas cirúrgicas possíveis para abordagem do caso foram discutidas, sendo levantadas três alternativas: nefrolitotripsia percutânea, pielolitotomia aberta ou videolaparoscópica. Diante da dificuldade logística de realizar o procedimento percutâneo ou laparoscópico no âmbito do serviço público de saúde, optou-se, em conjunto com o paciente, pela cirurgia aberta, sendo esclarecidas a técnica e suas possíveis complicações. Após o procedimento, o paciente evoluiu em bom estado geral, recebendo alta com orientações.

DISCUSSÃO

Nas últimas duas décadas, houve avanço significativo no tratamento clínico-cirúrgico da litíase biliar. Os cálculos coraliformes comumente determinam a necessidade de terapia cirúrgica em virtude de seu tamanho, localização e relação com infecção. As principais técnicas cirúrgicas utilizadas são: Nefrolitotomia Percutânea (NLPC), Litotripsia por ondas de choque, Cirurgia Ureterorrenal Aberta ou Videolaparoscópica. Além da característica do cálculo, outros fatores influenciam na escolha terapêutica, como: comorbidades, particularidades anatômicas, meios técnicos disponíveis e custo-benefício. Sabe-se que a abordagem minimamente invasiva têm sido preferida à modalidade aberta, pois mantém o sucesso desta com benefícios adicionais na eficácia, custos e redução importante da morbidade associada. O procedimento padrão-ouro para cálculos renais de grandes dimensões como os coraliformes é a NLPC uma vez que garante a retirada completa do cálculo, identificação/remoção de pequenos fragmento e inspeções repetidas além de ser rápida e encurtar o tempo de internação. A abordagem aberta é exceção, sendo reservada ao casos de remoção de rim unilateral, cronicamente infectado, atrófico ou disfuncionante. Diante das inúmeras vantagens da NLPC, torna-se imprescindível sua ampla disponibilidade nos Hospitais especializados.