Dados do Trabalho


TÍTULO

Relato de Caso: Transplante Combinado de Pâncreas e Rim em Ferradura

INTRODUÇÃO

Estima-se que 0,3% da população mundial seja acometida por Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1). Esses pacientes são convencionalmente tratados com insulina, aumentando assim a sobrevida mas não evitando a progressão das lesões crônicas causadas pela doença a longo prazo. Neste caso, quando o paciente é insulino-dependente e possui nefropatia diabética em estadio dialítico, esta indicado o transplante combinado de rim e pâncreas. Do ponto de vista técnico, existem três modalidades de transplantes pancreáticos, o transplante simultâneo de pâncreas e rim; transplante de pâncreas isolado e o transplante de pâncreas em pacientes que já foram submetidos ao transplante renal anteriormente. Quanto ao transplante renal, é indicado para todos os paciente com insuficiência renal crônica (IRC). Como muitas vezes o doador é falecido é possível descobrir uma anomalia no rim no momento da captação do órgão. Das alterações da anatomia renal a mais frequente é o rim em ferradura, chamados desta forma devido uma falha no desenvolvimentos embriológico, ocorrendo fusão parcial dos rins. Mesmo com essa alteração, o rim pode ser transplantado e ter boa função renal.

RELATO DE CASO

R. V. S. N., masculino, 29 anos, portador de DM1 e nefropatia diabética em estado de insuficiência renal, iniciou sessões de hemodiálise em abril de 2016 e desde então é candidato para transplante rim-pâncreas. Em 04 de maio de 2017 realizou o transplante com órgãos de doador falecido. Foi feito a ressecção medial do rim em ferradura do doador, utilizando assim uma porção para o receptor. O enxerto renal foi implantado na fossa ilíaca esquerda com anastomose do tipo término-lateral entre os vasos renais e ilíacos. Quanto ao implante do pâncreas, foi realizado em fossa ilíaca direita do receptor, com anastomoses vasculares feitas nos vasos ilíacos e o duodeno, também proveniente do doador falecido, é anastomosado com o íleo distal do receptor. Não houve intercorrências durante a cirurgia. Foi feito profilaxia com Cefepime, Fluconazol e Revectina e imunossupressão com Thymoglobulina. No pós transplante imediato o paciente apresentou-se estável hemodinamicamente e afebril, com rim funcionando no trans cirúrgico. Ao exame de ultrassom com Doppler, os enxertos apresentaram-se pérvios. No quarto dia pós-operatório desenvolveu quadro de pancreatite, confirmado por ultrassom abdominal, evoluiu com melhora mas permaneceu com hematoma extenso. Também teve derrame pericárdico moderado e derrame pleural, com drenos funcionando normalmente. Quanto à função do enxerto pancreático, paciente teve normalização de níveis glicêmicos, permanecendo sem necessidade de uso de insulina. Enxerto renal funcionante, com diurese normal, sem sinais de rejeição.

DISCUSSÃO

Os resultados do transplante com rim em ferradura são satisfatórios e similares ao do transplante com rim normal. Quanto ao transplante de pâncreas, consiste na cura para DM1, resultando em melhora da qualidade de vida e maior sobrevida dos pacientes diabéticos portadores de IRC.

Área

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Instituições

Fundação Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil

Autores

Fernanda Couto Ferreira, Fernanda Couto Ferreira, Taís Rodrigues Gasparini, Brian Carvalho Silvestre, Daniel Engel Da Cunha, Andrew Maykon Massuti, Roberto Emílio Manke