Dados do Trabalho
TÍTULO
ASPECTOS SOCIAIS EM PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIAS DE TRANSPLANTE FACIAL
OBJETIVO
O presente trabalho tem por finalidade explanar acerca das possíveis influências socioculturais de procedimentos cirúrgicos de transplante facial que datam seu início a partir de 2005, e, por conseguinte, ainda enfrentam desafios tanto para o receptor, quanto para os familiares do doador e a sociedade.
MÉTODO
Foi efetuada uma revisão da literatura bibliográfica relacionada ao tema, publicada nas bases de dados Web of Science, SciELO e PubMed, com as palavras-chave: transplante de face, transplante facial e a sociedade e aspectos sociais do transplante de face.
RESULTADOS
Desde os primórdios a identidade tornou-se fundamental nas relações sociais, sobrepondo todo o conchavo de reconhecimento à face. Os transplantes sempre fizeram parte da sociedade, porém, as cirurgias “visíveis” foram desbravando um olhar comedido. Partes corpóreas transplantadas de um indivíduo para o outro de forma exteriorizada, além de representarem uma maior complexidade imunológica, oriunda por si só, uma maior reação social. Por tratar-se de uma cirurgia complexa, apenas receptores com indicação absoluta tornar-se-ão candidatos à cirurgia, que conta com duas equipes de cirurgiões e complexa rede de trabalho, que ocasiona um futuro cirúrgico após mais de dez horas de procedimento. Apesar dos constantes resultados de sucesso dessas cirurgias, muitas vezes, expressões faciais são perdidas devido a lesões neuromusculoesquelética e os processos neuroanatomofisiológicos são afetados, resultando em emoções como alegria, tristeza, raiva, desprezo, emoção, entre outras pormenorizadas na sua conjuntura diária. Vale destacar que tanto o pré-operatório como o pós-operatório são de valiosa observação por equipe multidisciplinar, composta por médicos, psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos incumbidos de capacitar o paciente e os familiares para as animosidades sociais advindas do resultado cirúrgico. É de suma importância a observação dos processos neuropsicofisiológicos na exibição das emoções por parte do paciente transplantado, e, por conseguinte, suas dificuldades de expressão e comunicação, em detrimento de um resultado de autoestima, qualidade de vida e reconstrução de identidade. Contrapondo toda essa irresolução, o paciente vê-se frente à inúmeras exigências em relação ao doador, como: mesmo tipo sanguíneo e fator Rh, idade, sexo e porte físico, tornando a decisão para ambos (receptor e família do doador) mais laborioso do ponto de vista de identidade social. Chega-se, portanto, ao infortúnio narcisista em contrapartida a imagem satisfatória do corpo e de uma vida passada desapercebida frente ao olhar julgador da sociedade.
CONCLUSÕES
Assim, torna-se conclusivo a assistência psicossocial desses pacientes transplantados, visto a realidade social a qual ele insere-se e o potencial julgador que tal procedimento acarreta. Também, infere-se a importância do acompanhamento do paciente e de suas dificuldades em expressar-se e aceitar-se com uma nova identidade visual.
Área
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
Instituições
Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - Distrito Federal - Brasil
Autores
Mariana Thees Perillo Rodrigues, Renan Lorenzini, Ana Letícia Argentino Bononi, Mayza Maressa Oliveira, Marieli Deolindo Vieira, Ludymilla Alves Silva