Dados do Trabalho


TÍTULO

DIAGNOSTICO INCIDENTAL DE AGENESIA DE VEIA CAVA INFERIOR EM PACIENTE POLITRAUMATIZADO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Na altura da quinta vértebra lombar, as veias ilíacas formam a veia cava inferior (VCI) que ascende a direita da artéria aorta até a união com a veia cava superior. A formação embriológica da VCI envolve regressões e anastomoses vasculares. Falhas nesses processos resultam em agenesia desse vaso, assim o sangue das partes inferiores do corpo é drenado para o coração através do sistema venoso ázigos. O presente relato descreve um caso raro de agenesia da veia cava inferior intra-hepática diagnosticado incidentalmente.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 38 anos de idade, sem comorbidades, duas cesarianas prévias e tabagista. Foi atendida no serviço de urgência e emergência do Hospital Universitário Cajuru, Curitiba – Paraná, devido colisão moto-auto. Na admissão encontrava-se consciente e estável hemodinamicamente, as únicas alterações no exame físico foram dor a palpação de esterno e hemitórax direito, ausculta cardíaca com terceira bulha audível e edema de membros inferiores. A tomografia computadorizada de tórax e abdome com contraste evidenciou fratura esternal, opacificação pulmonar em hemitórax direito, contusão pulmonar, agenesia de veia cava intra-hepática, aumento da veia ázigo, aumento da artéria pulmonar, baços acessórios, hepatomegalia. Na unidade de terapia intensiva, evoluiu para sepse de foco pulmonar com necessidade de ventilação mecânica. Devido a intubação orotraqueal prolongada, a paciente foi submetida a traqueostomia. Após estabilização do quadro clínico pulmonar, recebeu alta hospitalar no vigésimo oitavo dia de internamento. No seguimento foi solicitado traqueoscopia que evidenciou ausência do brônquio do lobo superior direito revelando agenesia do lobo pulmonar direito superior.

DISCUSSÃO

Entre a sexta e oitava semana gestacional ocorrem modificações na anastomose subcardinal e em três pares de veias: as cardinais posteriores, subcardinais e supracardinais de modo a formar a VCI em 4 segmentos (hepático, suprarrenal, renal e infrarrenal). Como é um período intenso da organogênese é comum que a agenesia da VCI intra-hepática esteja associada a poliesplenia, disgenesia pulmonar, má rotação intestinal, agenesia renal, dextrocardia ou outras cardiopatias congênitas. Em alguns pacientes o retorno venoso é muito prejudicado pela malformação, aumentando o risco de tromboembolismo venoso, sendo indicada terapia anticoagulante. O caso relatado, apesar de incomum na população, tem características compatíveis com as descritas na literatura, como malformações associadas, ausência de sintomas prévios e o diagnóstico incidental.

Área

TRAUMA

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CAJURU - Paraná - Brasil

Autores

Emanuella Roberta Ina Cirino, PAULA DE OLIVEIRA TRINTINALHA, CASSIO LAMBLET KATZER, CARLA MARTINEZ MENINI STALHSCHIMIDT, PATRICIA LONGHI BUSO, GABRIEL RAMOS JABUR