Dados do Trabalho
TÍTULO
HERNIA DE GRYNFELT: REPARO LAPAROSCOPICO EXTRAPERITONEAL
INTRODUÇÃO
Hérnias primárias do trígono lombar superior (Grynfelt) são raras. O reparo das hérnias da região lombar apresenta características anatômicas peculiares, devido à proximidade dos limites ósseos e à densidade de nervos periféricos. As técnicas minimamente invasivas vêm ocupando maior espaço para sua correção, em relação à abordagem aberta tradicional. Apresentamos o vídeo de uma correção laparoscópica extraperitoneal de hérnia de Grynfelt, salientando aspectos técnicos pertinentes.
DESCRIÇÃO DO VÍDEO
O caso é de uma paciente de 60 anos, ex-tabagista, obesa (IMC 30), com história de dor e abaulamento na região lombar esquerda. Realizou tomografia computadorizada que evidenciou o diagnóstico de hérnia lombar superior (Grynfelt) esquerda, contendo tecido adiposo de 7 x 8 x 3.2 cm de dimensões. Foi indicado o tratamento cirúrgico por técnica laparoscópica extraperitoneal. Com decúbito lateral direito, sob visão intraperitonial em acesso pararretal esquerdo, foi colocado um trocarte de 10 mm no espaço extraperitoneal no flanco esquerdo, com início da dissecção e da insuflação retroperitoneal. Passando-se a ótica para o trocarte extraperitoneal, procedeu-se à dissecção telescópica inicial. Outros dois trocartes de 5 mm foram utilizados, em localização cranial e caudal à posição da ótica, na linha axilar anterior. Foi reduzido o conteúdo adiposo da hérnia e realizada ampla dissecção além do defeito, o qual foi suturado com fio farpado. Utilizou-se uma tela de polipropileno de 18 x 13 cm, fixada com a aplicação de cola de cianoacrilato. A cirurgia teve duração de 1 h e 45 min. A paciente recebeu alta no primeiro dia após a cirurgia e obteve boa evolução em seguimento ambulatorial.
CONCLUSÃO
A correção laparoscópica da hérnia lombar respeita o princípio do reparo sem tensão, permitindo a colocação de uma tela com ampla sobreposição além dos limites do defeito herniário e em posição retromuscular, o que favorece a fixação da mesma e reduz a chance de recidiva. A adequada identificação e preservação nos nervos na região também é possibilitada. A abordagem extraperitoneal evita o tempo cirúrgico da abertura e do consequente fechamento necessário do peritônio parietal, sem prejuízo no campo operatório. O uso de cola pode representar menor risco de lesão nervosa associado a outros métodos de fixação da tela. O reparo laparoscópico extraperitoneal é portanto uma técnica factível, efetiva e segura na correção da hérnia de Grynfelt.
Área
PAREDE ABDOMINAL
Instituições
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Bernardo Silveira Volkweis, Jeferson Krawcyk De Oliveira, Thamyres Zanirati Dos Santos, Guilherme Gonçalves Pretto, Carlos Otavio Corso, Leandro Totti Cavazzola