Dados do Trabalho


TÍTULO

HEMICOLECTOMIA DIREITA ASSOCIADA A DUODENOPANCREATECTOMIA EM BLOCO COMO TRATAMENTO DE TUMOR DE COLON LOCALMENTE AVANÇADO – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O câncer de cólon é de grande incidência no ocidente, sendo que o tumor de cólon localmente avançado responde bem à ressecção multi visceral em bloco, com maior sobrevida e menor morbi mortalidade. Esse trabalho tem como objetivo relatar um caso de hemicolectomia direita associada à duodenopancreatectomia em bloco em um paciente com tumor de cólon direito localmente avançado.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 54 anos, procura atendimento médico por história de dor abdominal difusa há 2 meses, com piora nos últimos dois dias, quando iniciou com náuseas. Sem evacuar há dois dias, eliminando apenas flatos. No dia do atendimento apresentou vômitos amarelo-esverdeados pela manhã. Perda de 20 kg nos últimos 3 meses. Ao exame físico abdome doloroso a palpação de hipocôndrio e flanco direito, com enduramento local importante, RHA reduzidos e macicez à percussão. Foram realizadas medidas para suboclusão e jejum. A tomografia computadorizada de abdome e pelve que apresentou suboclusão e tumor volumoso de cólon ascendente. Submetido à laparotomia exploratória e realizada hemicolectomia direita associada à duodenopancreatectomia em bloco por invasão em órgãos adjacentes

DISCUSSÃO

O câncer de cólon localmente avançado é uma afecção frequente caracterizada por aderências neoplásicas em órgãos adjacentes, ocorrendo principalmente no sigmoide e reto, podendo invadir diversas vísceras. A aderência em órgãos adjacentes no câncer de cólon direito e transverso proximal é presente em 11% a 28% dos casos, podendo invadir o duodeno e cabeça do pâncreas.
O tempo de sobrevida após ressecções multiviscerais é em média de 40 meses, com taxa de sobrevivência de 54% em 5 anos livre da doença. Já o by-pass paliativo possui média de sobrevivência de 9 meses, e a ressecção incompleta 11 meses. Pelo seu benefício de sobrevida e menor morbi-mortalidade, a gastroduodenopancreatectomia é realizada frequentemente para tumores malignos periampulares, e também deve ser considerada em tumores não periampulares em pacientes com ausência de metástase à distância e boa condição clínica. Esse longo período de sobrevida pós-ressecção multivisceral em bloco pode ser explicado pela ausência de metástase em linfonodos regionais, em 45% dos casos. A ressecção multivisceral em bloco é o tratamento de escolha, conforme a literatura, quando o paciente tiver boas condições clínicas e não apresentar metástase, mesmo sendo uma intervenção de grande complexidade.
A taxa de mortalidade associada à duodenopancreatectomia vem diminuindo gradativamente, aumentando a segurança e as indicações desse procedimento. Em um estudo com 14 pacientes que realizaram duodenopancreatectomia e colectomia direita não houve nenhuma complicação associada à colectomia direita e, quando houve complicações pela duodenopancreatectomia, nenhuma teve impacto clínico significativo ao paciente.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO MACKENZIE DE CURITIBA - Paraná - Brasil

Autores

GUILHERME FERRARINI FURLAN, RAFAEL AUGUSTO IORIS, MARINA BAKRI, IGOR LUNA PEIXOTO, GUILHERME DIAS FRANZEN