Dados do Trabalho


TÍTULO

ESTEATO HEPATITE NAO ALCOOLICA EM PACIENTES OBESOS SUBMETIDOS A GASTROPLASTIA: ESTUDO DA CORRELAÇAO ENTRE OS DADOS CLINICOS, LABORATORIAIS, ULTRASSONOGRAFICOS E BIOPSIA HEPATICA

OBJETIVO

Descrever e analisar o perfil clínico, laboratorial e anatomopatológico dos pacientes obesos submetidos à cirurgia de gastroplastia com derivação em Y de Rioux. Fazer a análise estatística comparativa com os resultados de biópsias hepáticas e exames ultrassonográficos realizados no pré operatório.

MÉTODO

Estudo transversal realizado com 112 pacientes que foram submetidos à cirurgia bariátrica, no período de 2015 a 2017, no departamento de cirurgia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Os pacientes foram submetidos à biopsia hepática no decurso da intervenção bariátrica conforme padronização técnica, com retirada de fragmento em cunha do lobo esquerdo do fígado, de aproximadamente 1 cm. A classificação utilizada levou em consideração a quantidade de parênquima hepático envolvido, classificando a esteatose em 4 graus: grau 0 (sem esteatose); grau 1 –leve (com menos 1/3 de tecido envolvido); grau 2 -moderado (com 1/3 a 2/3 de tecido envolvido); grau 3 –grave (com mais de 2/3 comprometidos) seguindo SBP. A ultrassonografia foi realizada no paciente pré-cirurgia. A concordância entre o método ultrassonográficos com o padrão-ouro biopsia hepática foi medida pelo teste de concordância de Kappa (IC95%).

RESULTADOS

Foram avaliados 98 pacientes do gênero feminino e 14 do masculino com média de idade de 42 e 43.5 anos (p=0.451) e IMC anterior à cirurgia de 46.0 e 45.1 (p=0.781), respectivamente para os gêneros feminino e masculino, sendo esta diferença não significante. Os pacientes que não apresentaram esteatose hepática pelo método ultrassonográfico foram 32.2%, comparados a 25% pelo padrão-ouro. Dos que apresentaram esteatose pelo método ultrassonográfico, 22.3% foi considerada leve, 4.5% moderada e 41.1% grave. O padrão-ouro mostrou que 29.5% se tratavam de esteatose leve, 29.5% de moderada e 16.1% de grave. O coeficiente Kappa mostrou uma concordância fraca entre os dois métodos sedo que a concordância encontrada foi de 41.9%. Ao correlacionar o Colesterol com o grau de estatose determinado pela biópsia hepática , tem-se que no grau 0 a variância mínima e máxima do colesterol foi de (100-254) e no grau 3 (151-289). Para o HDL, grau 0 teve (31-74) enquanto pacientes com grau 3 (28-88). Na fosfatase alcalina, no grau 0 (46-134) e no grau 3 (47-118). Na glicemia, o grau 0 variou entre (72-116), grau 1 (74-134), grau 2 (75-189) e no grau 3 (79-617). Para o TGO , grau 0 teve variância (11-41) igual do grau 3 (11-41).

CONCLUSÕES

Nosso estudo afirma que apesar da biópsia seja um método invasivo e de alto custo ainda é o padrão ouro para o diagnóstico da doença pois nos casos dos pacientes que não apresentam esteatose, a USG acabou considerando como normais 7.2% dos pacientes que se encontram com certo grau de esteatose. Já altos valores esperados de Colesterol, HDL, Fosfatase alcalina, TGO e glicemia nem sempre estão relacionados a grau de estatose 3. Mostrando que mais estudos são necessários para achar um padrão entre obesidade e esteato hepatite não alcoólica.

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA

Instituições

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

Nadia Mie Uwagoya Taira, Paulo Kassab, Wilson Rodrigues Freitas JR, Osvaldo Castro, Carlos Alberto Malheiros, Patricia Colombro Souza, Elias Jirjoss Ilias