Dados do Trabalho


TÍTULO

CONDROSSARCOMA EM 9º ARCO COSTAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Condrossarcoma é um tipo de neoplasia maligna de tecido conjuntivo em que as células produzem e secretam matriz cartilaginosa neoplásica. Apesar de raro, é o tipo histológico mais frequente na parede torácica, que surge de novo dentro da cavidade medular e, menos comumente, como transformação maligna de tumores benignos como encondroma ou osteocondroma. Por isso, apresentamos o seguinte caso com o objetivo de apresentar experiências adicionais no manejo dos raros condrossarcomas de arco costal.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 24 anos, relatou crescimento progressivo de nodulação em hemitórax esquerdo ao longo de 5 meses, associado a perda de peso não mensurada e a dor local intensa que não cedia com analgésicos opióides. Negou hiporexia, dispneia ou astenia. Ao exame, apresentava lesão subdérmica, pétrea, imóvel em parede torácica esquerda. Durante investigação, realizou tomografia de tórax que revelou imagem nodular calcificada em segmento basal do lobo inferior do pulmão direito medindo 0,5cm e lesão expansiva osteoblástica comprometendo o nono arco costal esquerdo, circundada por cápsula levemente hipodensa. Foi submetida à biópsia incisional da lesão que revelou ser um condroma periosteal. Foi realizada toracectomia complexa em oncologia com incisão oblíqua em parede torácica esquerda, ressecção da espessura total da parede torácica incluindo todo o tumor visível que envolvia segmento do 8º, 9º e 10º arcos costai . A reconstrução da parede torácica foi feita com tela de dupla face e fio de aço, obtendo-se um ótimo resultado estético. O tratamento ocorreu sem intercorrências e a paciente recebeu alta 6 dias após cirurgia. Entretanto, O resultado do anatomopatológico revelou que a lesão tratava-se, na verdade, de um condrossarcoma grau II (OMS 2013) com margem cirúrgica livre, sem presença de invasão perineural ou angiolinfática, e ausência de necrose.

DISCUSSÃO

Condrossarcomas constituem um grupo heterogêneo de tumores ósseos primários e caracterizam-se por um tecido neoplásico de cartilagem hialina. Eles são a segunda malignidade óssea primária mais comum. Neoplasias primárias dos ossos da parede torácica são raras e correspondem entre 4,5% e 8% de todos os tumores de ossos, com a maioria localizada nas 5 costelas superiores. Tais sarcomas geralmente têm história natural indolente, apresentando-se como dor e tumefação. Esses tumores geralmente são radiorresistentes e quimioresistentes, e o tratamento cirúrgico agressivo é necessário para evitar recidivas locais. O tratamento adequado implica ressecção ampla e margem de pelo menos 4cm, independente do grau do condrossarcoma e da localização costal ou no esterno. A maioria desses tumores crescem de forma lenta e raramente causam metástases, e possuem um excelente prognóstico depois da abordagem cirúrgica adequada.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - Ceará - Brasil

Autores

MAYARA RIOS CAMARDELLA DA SILVEIRA, MIKAELLE PAIVA DOS SANTOS SOUZA, GIOVANNI LUCAS DA SILVA GONÇALVES, WELLYSON GONÇALVES FARIAS, FELIPE DE OLIVEIRA VASCONCELOS, ARIANE LIMA DOS SANTOS, ANNYA COSTA ARAÚJO DE MACEDO GOES, IRAPUAN TELES DE ARAÚJO FILHO