Dados do Trabalho


TÍTULO

SINDROME DE DODD-COCKETT, TROMBOSE VENOSA PROFUNDA AGUDA, , TRATAMENTO ENDOVASCULAR RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A síndrome de Dodd-cockett, consiste na compressão extrínseca da veia ilíaca comum esquerda pela artéria ilíaca comum direita. Pela combinação da compressão e da vibração pulsátil da artéria sobre a veia, leva a lesão do endotélio podendo ocasionar trombose venosa profunda e graus variados de insuficiência venosa crônica, sendo prejudicial a qualidade de vida do paciente. Há uma predominância dessa afecção em mulheres jovens, entre a segunda e a quarta décadas de vida. Sabe-se que devido às complicações potenciais da síndrome, esta deve ser rapidamente diagnosticada e tratada, para evitar alterações irreversíveis no sistema venoso do paciente. A motivação desse relato de caso é demonstrar aspectos relacionados ao diagnóstico e conduta da paciente portadora da síndrome de Dood-cockett, submetida à angioplastia com implante de stent, apresentado resultados satisfatórios.

RELATO DE CASO

Paciente 24 anos, sexo feminino, procurou atendimento por apresentar quadro de dor e edema somente em membro inferior esquerdo, o caso de trombose venosa profunda aguda foi suspeitado pela epidemiologia e pela clínica. O estudo ultrassonográfico com doppler da veia femoral comum demonstrou alterações do fluxo quanto às velocidades. A síndrome foi confirmada através da realização da angiotomografia com fase venosa, nela foi evidenciado compressão da veia ilíaca comum esquerda com sinais de trombose venosa em veia ilíaca, femoral e poplítea à esquerda. A conduta foi seguida de tratamento com fibrinólise com RTPA em baixa dose associado a angioplastia com stent, tais procedimentos foram realizados 48 horas após início dos sintomas de dor e edema. No caso relatado obtivemos resultados satisfatórios com recanalização total do sistema venoso profundo, e não houve presença de hemorragia ou de embolia pulmonar. Paciente recebeu alta em uso de AAS e Clopidogrel, com orientações para uso de meia compressiva, exercícios físicos e cessar uso de anticoncepcional oral. Em seguimento sem novas queixas.

DISCUSSÃO

Sabe-se que embora a terapêutica anticoagulante isolada, anteriormente difundida, previna a propagação do trombo, ela não elimina os trombos existentes nem a compressão extrínseca. Dessa forma, o paciente ainda pode apresentar as complicações relacionadas à síndrome pós trombótica e à recorrência da trombose. O tratamento endovascular com a associação de fibrinólise à angioplastia é eficaz, melhora de forma significativa os sintomas do paciente e permite a recanalização do sistema venoso. Dessa forma, previne o desenvolvimento de complicações tardias como a síndrome pós trombótica, além de reduzir o período de internação hospitalar, podendo substituir a reconstrução cirúrgica de forma aberta. De fato, o tratamento endovascular da compressão ilíaca, com ou sem trombose associada, vem se consolidando como opção terapêutica de escolha, mas ainda assim o tratamento deve ser individualizado, buscando a melhor opção dentro dos aspectos individuais e do quadro clínico de cada paciente.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

UNIVERSIDADE DE UBERABA - Minas Gerais - Brasil

Autores

LIVILA MARA DA SILVA, ANDERSON LUBITO SIMONI, GABRIELA NASCIMENTO CRUZ, ANNA ANDREA DE PARE MENDES, FERNANDO LIMA TIAGO