TÍTULO

NEOPLASIA MALIGNA DE ESTOMAGO – UM COMPARATIVO ENTRE OS SEXOS

OBJETIVO

Analisar a prevalência de internações por neoplasia gástrica malígna entre homens e mulheres no Brasil em um período de 9 anos, uma vez que esse tipo de tumor é um dos que mais mata no País, com alta prevalência do adenocarcinoma (90%), tendo importante relação com exposição a determinados fatores de risco, fatores ambientais, sexo e procura tardia por atendimento.

MÉTODO

Trata-se de estudo ecológico com abordagem quantitativa, descritivo e de caráter temporal. A partir da base de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), foram avaliadas as hospitalizações por neoplasia maligna do estômago no Brasil entre 2010 e 2018. As variáveis estudadas foram: números de internações, taxa de mortalidade, valor e tempo médio da internação de acordo com sexo masculino e feminino. Foi utilizado o software Excel para a realização do Teste-t de Student para avaliar a significância estatística dos resultados.

RESULTADOS

Durante o período avaliado foram realizadas 210.441 internações devido à neoplasia maligna de estômago, sendo 65% dos pacientes do sexo masculino. Foi observado ainda que entre 2010 e 2018 houve um aumento de 51 % no número total de internações. A média dos valores dos serviços médicos por indivíduos internados do sexo masculino foram R$ 2354,3 (R$ 2.443,5 do sexo feminino, com valor-p = 0,427), com tempo médio de permanência de 7,7 dias (8,0 dias do sexo feminino, com valor-p = 0,463) e taxa de mortalidade de 17,18% (17,22% do sexo feminino, com valor-p = 0,883).

CONCLUSÕES

Observou-se uma maior prevalência de internações do sexo masculino, porém não houve diferença estatística entre as outras variáveis avaliadas quando comparando os dois sexos. Alguns fatores podem estar associados a este fenômeno: como hábitos de vidas (alcoolismo, tabagismo, dieta) e busca tardia por atendimento médico. Além disso, observou-se na literatura uma importante função dos hormônios estrogênios, sugerindo que tais hormônios forneçam proteção contra o câncer gástrico durante os anos férteis da mulher, entretanto, seu efeito é diminuído após a menopausa, de modo que as mulheres passam a desenvolver a neoplasia maligna de estômago de forma semelhante aos homens. Interessante notar que, quando instalada esta doença, o impacto sobre a morbimortalidade é semelhante entre os sexos, com taxa média de sobrevida em 5 anos inferior a 20%, como é evidenciada na literatura.