Dados do Trabalho


TÍTULO

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE TUMOR DE PANCREAS

INTRODUÇÃO

Na avaliação de uma massa pancreática, um diagnóstico equivocado de neoplasia ocasiona cirurgia desnecessária, enquanto um falso-negativo permite a evolução de um adenocarcinoma a estágios irressecáveis. Devido à sua semelhança com o câncer, lesões sólidas pancreáticas podem gerar confusão diagnóstica, como as lesões da pancreatite crônica autoimune ou da pancreatite crônica alcoólica. Cerca de 5% das pancreatectomias por diagnóstico pré-operatório de carcinoma terão pseudotumor como resultado no exame anatomopatológico. Pseudotumor pancreático é o aumento de volume de uma área do pâncreas na qual não há neoplasia benigna ou maligna, tendo causas variadas. Como o prognóstico do câncer pancreático é muito desfavorável cirurgiões e radiologistas enfrentam um dilema durante a avaliação de massas pancreáticas associadas a sinais de inflamação aguda ou crônica. O tipo celular mais comum nos tumores malignos do pâncreas é o adenocarcinoma. Assim como a pancreatite crônica, o adenocarcinoma pancreático é um tumor hipóxico, hipovascular e com componente fibrótico, o que dificulta o diagnóstico histológico. A pancreatite crônica aumenta o risco de adenocarcinoma. Pacientes com pacreatite crônica hereditária são os que possuem maior risco. Ademais, a pancreatite crônica pode apresentar clínica similar ao adenocarcinoma pancreático, como perda de peso, dor abdominal e icterícia, o que pode dificultar ainda mais o diagnóstico

RELATO DE CASO

DM, 74 anos, masculino, com história de 42 anos de etilismo e tabagismo (abstênio há 4 anos), fraqueza e icterícia há 15 dias e perda de 10 Kg em 2 meses. Exames laboratoriais demonstraram elevação das enzimas canaliculares (FAL: 935, GGT: 959) e bilirrubinas (Bb 9.71 e BD 6.78). Amilase e lipase normais (Am 19, Lip 16). TC de abdome evidenciou: dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas, até o segmento distal do colédoco; ectasia do ducto pancreático; calcificações irregulares na cabeça do pâncreas; atrofia do parênquima pancreático; vesícula biliar hidrópica, com cálculos de até 11mm. Feita suspeita diagnóstica de tumor periampular, foi submetido a CPRE, que evidenciou colangite supurativa aguda e estenose segmentar da porção intrapancreática do colédoco. Marcodores tumorais elevados (CEA:285, CA19-9 > 10000). Endoscopia revelou massa heterogênea em cabeça de pâncreas com dilatação do ducto hepático principal e das vias extra e intra-hepáticas. Resultado da biópsia inconclusiva, Paciente aguarda nova biópsia pancreática para esclarecimento diagnóstico.

DISCUSSÃO

O diagnóstico diferencial de formação tumoral na cabeça de pâncreas, deve cogitar as possibilidades: adenocarcinoma pancreático, pancreatite crônica alcoólica, pancreatite crônica associada à doença biliar, outras pancreatites crônicas. Todas podem levar à compressão do colédoco e, portanto, a uma clínica semelhante. Esse diferencial pode evitar operações desnecessárias e suas complicações futuras, além de diagnósticos e de prognóstico reservado dados erroneamente.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

UniCEUB - Distrito Federal - Brasil

Autores

Ludimila de Macedo Dalla Corte, Ellen Tieko Tsugami Dalla Costa, Samanta Mendes Barreto, Celeste de Santana Oliveira, Alisson Juliani , Bruno Tolino Maran, Helmgton Souza , Davi Farias Pereira